Em breve uma linha férrea
começará a ser construída unindo a Zâmbia, Angola e República Democrática do
Congo (RD Congo), depois do acordo estabelecido entre a North Western Railway e
Grindrod Lta da África do Sul ao assinarem um contrato de joint-venture no
valor de mil milhões de dólares para a construção de uma linha férrea de 580
Km.
A nova linha férrea, cuja
construção está prevista começar neste último trimestre de 2014, é um marco na
contribuição da Zâmbia para o desenvolvimento da infraestrutura, pois permitirá
o acesso aos portos angolanos dos minérios produzidos no seu país.
Construída a partir da
região de Chingola, no nordeste da Zâmbia, a linha deverá servir para potenciar
as regiões mineiras do país, ricas em ouro e cobre, bem como facilitar o
escoamento de produtos entre os três países.
Falando na African Mining
Indaba, conferência anual dedicada à exploração mineira em África, que este ano
teve lugar na República Democrática do Congo, o director da North Western
Railways, Enoch Kavindele, revelou que os fundos para a linha já estão alocados
e que os trabalhos irão arrancar no prazo previsto.
O projecto quando estiver
concluído, ligará a Zâmbia com Angola até ao porto de Jimbe. Os primeiros 290
km ligarão a região de Chingola às minas de Kansanshi, Lumwana e Kalumbila, com
um custo estimado de US$ 489 milhões.
A segunda fase, que custará
US$ 500 milhões, prevê a junção com o caminho férreo de Benguela e a abertura
de um corredor directo até ao porto do Lobito. Desta forma, a Zâmbia poderá
importar petróleo directamente de Angola ou de outras fontes próximas, ao mesmo
tempo que estimulará as actividades mineiras no norte do país.
“As primeiras locomotivas
estarão prontas para transportar cobre concentrado em 18 meses”, afirmou
recentemente Enoch Kavindele.
Dave Rennie, o
executivo-chefe da divisão de Grindrod Freight Services, considera que a
finalização do projecto permitirá á sua empresa extrair sinergias dos seus
investimentos existentes no corredor ferroviário Norte-Sul e nas operações
portuárias em Maputo, Richards Bay e Durban.
James Holley, o
executivo-chefe da divisão de Grindrod Rail, diz que a divisão tem nos últimos
anos desenvolvido as suas capacidades ferroviárias e aumentado a sua capacidade
de participar no crescimento do setor ferroviário de África.
A Grindrod Group of
Companies tem várias subsidiárias, joint-ventures
e empresas associadas em 37 países em todo o mundo com uma força de trabalho superior
a sete mil trabalhadores.
A linha férrea vai
aliviar ainda mais a pressão exercida sobre a infraestrutura rodoviária ao
transportar cargas pesadas para as minas e outras indústrias na região. Este
desgaste forçou o governo a aprovar uma lei que entrou em vigor em 01 de Novembro
de 2013, que introduziu um sistema de rodovias obrigando todos os utentes a
pagar uma taxa para a manutenção das estradas semelhante a situações análogas
em outros estados da África Austral. Baía
da Lusofonia
Sem comentários:
Enviar um comentário