Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência
tem algemas.
Manoel Wenceslau
Leite de Barros – (Cuiabá, 19 de dezembro de 1916 — Campo Grande, 13 de
novembro de 2014)
Para melhor conhecer o poeta Manoel de Barros poderá
aceder aqui ao artigo de Luís Miguel Queirós no Jornal "Público". Baía da Lusofonia
Publicações:
1942 — Face imóvel
1956 — Poesias
1960 — Compêndio para uso dos pássaros
1966 — Gramática expositiva do chão
1974 — Matéria de poesia
1980 — Arranjos para assobio
1985 — Livro de pré-coisas
1989 — O guardador das águas
1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase toda
1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves
1993 — O livro das ignorãças
1996 — Livro sobre nada
1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Akzente
1998 — Retrato do artista quando coisa
2000 — Ensaios fotográficos
2000 — Exercícios de ser criança
2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa
2001 — O fazedor de amanhecer
2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo
2001 — Águas
2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros
2003 — Cantigas para um passarinho à toa
2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa
2003 — Todo lo que no invento es falso - Antologia na
Espanha
2004 — Poemas Rupestres
2005 — Riba del dessemblat. Antologia poètica — Edição
catalã (2005, Lleonard Muntaner, Editor)
2005 — Memórias inventadas I
2006 — Memórias inventadas II
2007 — Memórias inventadas III
2010 — Menino do Mato
2010 — Poesia Completa
2011 — Escritos em verbal de ave
2013 — Portas de Pedro Viana
Prémios:
1960 — Prêmio Orlando Dantas - Diário de Notícias, com o
livro Compêndio para uso dos pássaros;
1966 — Prêmio Nacional de poesias, com o livro Gramática
expositiva do chão;
1969 — Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal,
com o livro Gramática expositiva do chão.
1989 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Poesia,
como o livro O guardador de águas;
1990 — Prêmio Jacaré de Prata da Secretaria de Cultura de
Mato Grosso do Sul como melhor escritor do ano;
1996 — Prêmio Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional,
com o livro Livro das ignorãnças;
1997 — Prêmio Nestlé de Poesia, com o livro Livro sobre
nada;
1998 — Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da
Cultura, pelo conjunto da obra;
2000 — Prêmio Odilo Costa Filho - Fundação do Livro
Infanto Juvenil, com o livro Exercício de ser criança;
2000 — Prêmio Academia Brasileira de Letras, com o livro
Exercício de ser criança;
2002 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria livro de
ficção, com O fazedor de amanhecer;
2005 — Prêmio APCA 2004 de melhor poesia, com o livro
Poemas rupestres;
2006 — Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, com o
livro Poemas rupestres;
2012 — Prêmio Literário Casa da América Latina
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