SÃO PAULO - O
trecho Leste do Rodoanel será entregue ao final de julho, permitindo a ligação
da Baixada Santista ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Embora
a concessionária SP-Mar tenha anunciado que a obra seria aberta ao tráfego durante
a Copa do Mundo, houve um novo atraso. Aliás, de acordo com o contrato, a obra
deveria ter sido entregue à população dia 20 de março.
Seja como
for, o novo trecho vai facilitar o afluxo de tráfego ao Porto de Santos,
contribuindo para a maior rapidez nas movimentações de cargas. Obviamente, tudo
ficará mais fácil a partir de 2016, quando deverá estar concluído o trecho
Norte do Rodoanel.
As maiores
dificuldades, com certeza, vão se concentrar nas vias de acesso ao Porto,
embora o plano adotado pelo governo de São Paulo, com o apoio da Secretaria
Especial de Portos (SEP) e da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
para minimizar os impactos do transporte da safra de grãos tenha apresentado
bons resultados, a partir do agendamento eletrônico dos caminhões.
Segundo a
Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), houve uma redução de
54% nos congestionamentos no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). Ou seja, de 15
de fevereiro, quando o plano foi colocado em prática, até o final de abril,
foram registrados 12 dias com congestionamentos, enquanto em 2013, no mesmo
período, houve 26 dias de lentidão nas estradas. Já não é pouco. Mas o ideal é
que não sejam registrados congestionamentos.
É de lembrar
que, hoje, os veículos pesados com destino ao Porto de Santos são obrigados a
dirigir-se primeiro aos três pátios reguladores localizados em Cubatão para,
depois, seguir em direção a uma das margens do cais. A Polícia Rodoviária tem
feito a sua parte não só multando como impedindo que caminhões não agendados prossigam
em direção ao Porto.
Mas ainda não
se vive o melhor dos mundos. Pelo contrário. Em Cubatão, a Avenida Engenheiro
Plínio de Queiroz Filho transformou-se em pátio de estacionamento improvisado,
prejudicando o funcionamento das indústrias situadas no Vale do Rio Mogi. Essa
avenida é uma das principais ligações da Rodovia Cônego Domênico Rangoni ao
acesso à Usiminas, a dois pátios reguladores (Rodopark e Locatelli) e à fábrica
de fertilizantes.
São três
quilômetros sob a responsabilidade da Prefeitura, que não consegue dar conta
dos problemas causados pelo excesso de tráfego, inclusive dos danos provocados
na pista. Sem contar os prejuízos à saúde pública pelo quadro ambiental grave
causado pela concentração de caminhões. Por isso, o Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo (Ciesp), de Cubatão, vem há muito tempo defendendo que a
manutenção da avenida passe para a responsabilidade do governo do Estado.
Como se vê, o
controle da descida de caminhões ainda está só no começo. E deverá aumentar com
o tempo, a partir da criação de pátios reguladores também no Planalto paulista.
Em Sumaré, na região de Campinas, próximo ao Rodoanel, já está em funcionamento
o primeiro pátio credenciado pela Codesp, que vai reduzir a descida sem
controle de caminhões com cargas da safra agrícola. Mas ainda há muito trabalho
pela frente. Milton Lourenço - Brasil
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Milton
Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos
Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo
(Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de
Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site:
www.fiorde.com.br.
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