Movimento de contentores nos portos de
Leixões e Sines
A César…
Num país com a dimensão de Portugal, em que
todos os intervenientes devem trabalhar para o bem comum, aparecem notícias na
comunicação social que são normalmente apoiadas por lóbis regionais.
Citando um estudo feito por uma entidade espanhola,
vem o porto de Leixões anunciar que é um dos 125 principais portos do mundo com
maior volume de movimentação de contentores, sendo o único porto nacional a
figurar nessa lista e ocupando o 5º lugar na Península Ibérica, após Valência,
Algeciras, Barcelona e Las Palmas, curiosamente portos situados no mar
Mediterrâneo.
De uma maneira falaciosa e sabendo que o
mundo está em rápida mudança, vem o porto de Leixões, tentando salvaguardar-se,
afirmar e passo a citar: “…é ainda o que maior índice de crescimento conseguiu…”.
Na realidade, os números demonstram outros factos e no que concerne ao
movimento de contentores, o porto de Sines já ultrapassou o de Leixões no 1º
semestre de 2013.
Todos os portos nacionais são importantes,
cada um tem a sua própria vocação, cabendo ao porto de Leixões a extraordinária
tarefa de movimentar contentores, tanto no lado das exportações, como do lado
das importações, pois a sua situação geográfica é de uma importância vital para
as empresas industriais sediadas e concentradas no norte do país, sendo por
isso de relevante importância para o comércio internacional português.
O porto de Sines tem essencialmente uma vocação
diferente por ser de águas profundas dispondo de excelentes acessibilidades
marítimas, com fundos naturais e não sujeitos a assoreamento, estando
vocacionado para receber navios de grande porte dada a não existência de
restrições de fundos de serviço.
A funcionalidade do porto de Sines no que se
refere a contentores é principalmente para toda a mercadoria que se encontra em
trânsito, como tal concorrente dos portos espanhóis do mar Mediterrâneo e principalmente
dos grandes portos como Antuérpia, Roterdão e Hamburgo que se encontram juntos aos
grandes centros industriais e pólos logísticos europeus.
Estudos já realizados aferem que uma
mercadoria vinda de outro continente e entre na Península Ibérica por Sines com
destino a Madrid, ganha dois dias em relação a qualquer porto do mediterrâneo,
desde que a linha férrea esteja construída, com um percurso lógico, o mais
directo entre o porto e a fronteira e com a funcionalidade de passar pelo
aeroporto de Beja.
Sines está cada vez mais no centro do mundo,
pois mercadorias oriundas de África, América ou Ásia, no seu percurso de ou
para a Europa passarão sempre ao largo de Sines, transportadas por navios postpanamax,
que só neste porto da faixa atlântica conseguem acostar, após a abertura do
novo canal do Panamá.
No futuro, que esperamos seja mais breve
possível, mercados como Madrid, Sevilha, Lyon, Milão e tantos outros no centro
da Europa, quando Portugal conseguir e decidir criar as condições necessárias,
optarão pelo porto de Sines como principal porto europeu, deixando royalties que actualmente enriquecem
outros povos.
Voltando à reflexão inicial, apresento os
dados de movimentação de contentores dos dois portos nacionais nos últimos cinco anos, tendo como
origem a informação apresentada pelos sítios dos respectivos portos. Baía da Lusofonia
Movimento de Contentores nos portos de Leixões e
Sines
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Portos
|
2008
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Jan - Jun
|
||||||||||
2012
|
2013
|
|||||||||||||||
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
Mil TEU’s
|
Mil TEU’s
|
VH (%)
|
||||
Leixões
|
450
|
3,7
|
455
|
1,0
|
482
|
5,7
|
514
|
6,3
|
633
|
18,7
|
283
|
297
|
4,8
|
|||
Sines
|
233
|
35,6
|
253
|
8,0
|
382
|
33,7
|
447
|
14,6
|
553
|
19,1
|
260
|
422
|
38,3
|
|||
TEU’s
– Unidade de medida de um contentor (twenty
foot equivalente United)
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