Francisco Maria de Almeida Grandella nasceu a 23 de Junho de 1853, faz hoje 159 anos, em Aveiras de Cima no concelho da Azambuja. Filho de um médico de aldeia com o mesmo nome, Francisco Grandella cedo desejou abandonar os estudos e ir à conquista da capital do Reino, tendo chegado a Lisboa com apenas 11 anos, iniciando uma carreira como caixeiro.
Quinze anos depois, Francisco Grandella começou a sua actividade de empresário na baixa lisboeta, criando inovadores conceitos comerciais, muito avançados para a época e actualmente praticados pelas grandes superfícies, que lhe permitiu rapidamente conquistar o exigente cliente de Lisboa.
A Baía da Lusofonia recorda hoje este ilustre português que pautou a sua vida pelo maior respeito pelo ser humano, na figura dos seus empregados, construindo um bairro social para os trabalhadores em S. Domingos de Benfica, instituiu o descanso dominical, a assistência médica gratuita, a jornada de trabalho passou a ter um tempo máximo de 8 horas e os empregados do escritório, beneficiaram de uma semana de férias pagas, todas estas regalias no princípio do séc. XX, em plena monarquia, quando hoje em dia, são postas em causa, passados mais de cem anos!
Francisco Grandella que aproveitava o descanso aos domingos, para acompanhado da família, fazer piqueniques com os seus empregados e familiares, ficou seduzido pela Lagoa de Óbidos, construindo um palacete na Foz do Arelho, actualmente instalações do Inatel, uma creche e uma escola primária, que ainda hoje, 103 anos passados sobre a sua inauguração, continua a cumprir o seu ideal, a educação das crianças da Foz do Arelho.
Amante dos comboios, não chegou a ver o caminho-de-ferro que o Eng.º Trigueiros de Martel projectou entre as Caldas da Rainha e a Foz num percurso aproximado de dez quilómetros. Este meio de transporte nunca saiu da gaveta e a única obra construída, a estação da Foz do Arelho, mesmo em frente à entrada do palacete de Francisco Grandella, ainda lá se encontra, tendo sido em tempos passados, um restaurante. Grandella que viu o seu nome perpetuado no coração de Lisboa até ao incêndio que deflagrou precisamente nos Armazéns Grandela em 25 de Agosto de 1988 faleceu na sua terra adoptiva, Foz do Arelho, a 20 de Setembro de 1934. Baía da Lusofonia
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