É normal que as cidades, vilas
ou aldeias que têm em sua posse monumentos e edifícios históricos em estado
avançado de destruição se encontrem, por vezes, numa encruzilhada: restaurar ou
deixar ficar como está, em permanente decadência.
No caso do castelo Matrera em
Cádis, a autarquia decidiu-se por um projecto de restauração para recuperar a
sua imponência original. Mas a decisão foi imediatamente criticada pela
população e os especialistas de restauração. Finalizadas as obras numa das
torres, percebe-se porquê: por detrás das pedras originais da muralha surge um
material branco completamente destoante, para reforçar a estrutura.
“A consolidação e restauração
foi verdadeiramente lamentável”, explicou a sociedade de conservação do
património espanhol Hispania Nostra. Porém, e segundo o arquitecto responsável
pela remodelação, Carlos Quevedo, o objectivo foi plenamente conseguido:
distinguir claramente a pedra original da estrutura acrescentada, ao mesmo
tempo que tentava mostrar a estrutura inicial do edifício.
O castelo de Matrera foi
mandado construir no século IX por um guerreiro andaluz e serviu como posto
avançado da cidade de Ronda. Com uma muralha de mais de 500 metros de perímetro
e várias torres de vigia, o castelo foi considerado como Monumento Nacional
espanhol em 1949.
A restauração semi-fracassada
já chegou a Inglaterra e levou o jornal Guardian a titular: “Que raio fizeram
eles ao castelo?” In “Green Savers” - Portugal
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