Fado
Victória
Povo
que lavas no rio
E
talhas com o teu machado
As
tábuas do meu caixão.
Pode
haver quem te defenda
Quem
compre o teu chão sagrado
Mas
a tua vida não.
Fui
ter à mesa redonda
Bebi
em malga que me esconde
O
beijo de mão em mão.
Era
o vinho que me deste
A
água pura, puro agreste
Mas
a tua vida não.
Aromas
de luz e de lama
Dormi
com eles na cama
Tive
a mesma condição.
Povo,
povo, eu te pertenço
Deste-me
alturas de incenso,
Mas
a tua vida não.
Povo
que lavas no rio
E
talhas com o teu machado
As
tábuas do meu caixão.
Pode
haver quem te defenda
Quem
compre o teu chão sagrado
Mas
a tua vida não.
Homem de Mello -
Portugal
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