Hoje, dia 10 de Junho de 2013, comemora-se o
dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, sendo a cidade de
Elvas a eleita para os actos solenes que registam o dia.
Normalmente nesta época, muitos portugueses
rumam a sul para passarem alguns dias no Algarve e quando chegam ao final da auto-estrada
e viram à esquerda para Faro, encontram ao seu lado direito umas ruínas,
imperceptível para a maior parte dos portugueses, que são as ruínas do castelo
de Paderne que no fundo espelham a realidade a que chegou Portugal e por duas
razões, retractam a ignorância de uma população e o desinteresse pela riqueza
cultural nacional.
Segundo alguns historiadores o castelo de
Paderne está representado no escudo português da bandeira nacional, sendo uma
das sete fortalezas algarvias conquistadas por Afonso III, sendo as outras
Albufeira, Aljezur, Cacela, Castro Marim, Estombar e Sagres.
A história deste castelo remonta ao séc. XII
quando os Almóadas criaram uma linha defensiva para suster o avanço cristão que
vinha do norte. A construção foi em taipa, característico deste povo muçulmano
e controlava a antiga estrada romana que atravessava a ribeira de Quarteira.
D. Sancho I conquistou este castelo em 1189
com o sacrifício de vidas que lutaram com bravura para a consolidação do
território português. Foi uma conquista efémera, pois só durou dois anos, tendo
regressado ao domínio português apenas em 1248 por Afonso III, que conquistou
Faro em 1249, terminando com a ocupação muçulmana do Algarve.
Infelizmente, a democracia portuguesa
preocupa-se muito pouco com a sua identidade histórica e com a preservação dos
seus monumentos, embora este castelo tenha já tido o início de recuperação
neste século, praticamente tudo ficou por fazer e a estrutura em taipa do que
resta do lado norte, este e oeste, qualquer dia desaparecerá.
Há que reconhecer que os principais
monumentos nacionais, os mais procurados pelos turistas estrangeiros que nos
visitam e onde Portugal consegue obter melhores receitas, foram recuperados
durante a ditadura, embora por vezes sem grandes preocupações de manter a traça
original, mas sim de embelezar para agradar o visitante. Baía da Lusofonia
Vista observada da Via do Infante (A22)
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