O Comité Executivo Nacional da Convergência
para a Democracia Social (CPDS) da Guiné Equatorial, reuniu-se na sede nacional
do partido, em Malabo, sábado, 01 de Junho de 2013, para discutir os resultados
das eleições para a Câmara dos Deputados, do Senado Municipal de 26 de Maio de
2013, e estudou em detalhes as circunstâncias em que se desenvolveu todo o
processo eleitoral, repleta de irregularidades, tais como:
1º A recusa pelo Presidente Obiang a um
diálogo com todas as forças políticas para melhorar o sistema eleitoral
nacional em geral;
2º A proibição da entrada da imprensa e de
observadores internacionais neutros;
3º A elaboração de um recenseamento eleitoral
caracterizada pela inscrição de pessoas ausentes, falecidas e menores de idade,
e não exposição pública como exige a lei;
4º A constituição, pelo partido no poder, de
uma coligação eleitoral não conforme com a lei;
5º A não publicação de listas de candidatos
pelo partido no poder pelo que os eleitores votaram sem conhecimento prévio dos
candidatos;
6º A perseguição e detenção de militantes,
simpatizantes e candidatos da oposição, com o resultado de três professores
expulsos de seus empregos por razões políticas.
7º A negação do acesso da oposição aos meios
de comunicação estatais, monopolizada pelo partido no poder, bem como a
manipulação perversa de imagens dos candidatos do CPDS;
8º A interrupção de reuniões e comícios
eleitorais da oposição por parte de militantes do partido no poder previamente
organizados pelos seus líderes.
9º O financiamento tardio e desigual para a
campanha eleitoral, quando o partido no poder usou recursos públicos para
financiamento;
10º A fusão das candidaturas às três eleições
em um único voto e uma só urna, restringindo, assim, a liberdade de escolha dos
eleitores;
11º A repartição descarada de avultadas somas
de dinheiro para comprar a vontade e votar no partido no poder, uma prática
proibida por lei;
12º A expulsão dos intervenientes e agentes
da oposição das assembleias de voto no dia da eleição, e a não entrega das
actas de escrutínio aos intervenientes que foram admitidos.
13º O deslocamento clandestino das mesas
oficiais de voto e a criação de mesas clandestinas.
14º A criação em recintos castrenses de mesas
eleitorais presididas e controladas exclusivamente por militares e polícias;
15º A emissão de voto público e voto múltiplo,
principalmente nas mesas da Região Continental do país, assim como a ausência
de tinta indelével em algumas;
16º A insuficiência de votos da oposição na
grande maioria das mesas em todo o país, assim como a presença única de votos
do partido no poder durante todo o dia da eleição, em numerosas assembleias de
voto na Região Continental;
17º A emissão de voto a favor do partido no
poder com cartões de identidade suplementares (não reconhecidos pelos seus
proprietários nos dias da sua distribuição);
18º O encerramento antecipado das mesas de
voto onde se vislumbrava a vitória da oposição, e o não reconhecimento na
grande maioria do país, dos votos a favor da oposição, incluindo os votos dos
próprios candidatos CPDS;
19º O escrutínio secreto no local da votação,
e
20º As juntas eleitorais municipais e
distritais, que em nenhum momento do processo se reuniram para processar a sua
tarefa, até mesmo para o escrutínio, limitando-se os seus presidentes a enviar
para o presidente do Conselho Nacional Eleitoral os dados que foram solicitados.
Tudo quanto se afirma, ilustra a falta de
vontade democratizadora do Presidente Obiang e sua intenção de retornar ao
sistema de partido único, a fim de perpetuar-se, pela força, no poder.
Portanto, a Comissão Executiva Nacional do
CPDS:
PRIMEIRO: Rejeita rotundamente os resultados
publicados pelo Presidente do Conselho Nacional Eleitoral, por serem injustos,
fraudulentos, resultado pré-fabricados de uma manipulação organizada pelo
governo e pelo partido no poder, os resultados que não se ajustam à realidade
registada nas urnas e que outorga ao CPDS uma representação institucional de 17
deputados, 10 senadores e 46 vereadores.
SEGUNDO: Exige do Conselho Nacional
Eleitoral, a realização perante observadores internacionais credíveis, uma
recontagem de todos os boletins de voto e a apresentação e a verificação de
todas as actas de escrutínio emitidos e assinados no dia da eleição em todo o
âmbito nacional.
TERCEIRO: Apela ao povo da Guiné Equatorial e
da comunidade internacional, especialmente aos Estados Unidos, Espanha, França,
Alemanha e aos restantes países da União Europeia e da União Africana, a empreender
todas as medidas necessárias para impedir a deriva irracional e totalitária a
que chegou o regime do presidente Obiang na Guiné Equatorial.
Malabo, 01 de junho de 2013
A COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL CPDS – Guiné Equatorial
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