Os casamanseses apropriam-se da sua história
A história da Casamansa esteve sempre
prisoneira dos «funcionários senegaleses» que a desvirtuaram à sua maneira como
se imaginassem nos festivais Wolof do
«Gaindé Ndiaye» (Falso-leão).
Que outra narrativa ficcional dignava-se o
Senegal para nos engolir?
Hoje em dia, é claro que a construção
imaginária de todas as peças sobre as historias embelezadas de Emile Badiane,
Assane Seck e amanhã de Robert Sagna e Pierre Atepa Goudiaby já não distraem
nem os senegaleses nem os casamanseses. Os autores continuam o seu trabalho
como crianças construindo castelos de areia à beira mar até que uma onda os
venha destruir.
Os casamanseses, obrigado Deus, há muito
tempo confrontados, desde 1960, ao silêncio dos poderes públicos e de certos «estoriadores
de trazer por casa», colocaram em mãos a reconstrução memorial, começando a
recuperar a sua história.
Para filtrar todos os testemunhos, os
casamanseses residentes e os emigrados na Europa gerem já uma larga campanha de
recolha de dados; tudo o que está escrito e é considerado válido.
Nada é desprezado. Todas as provas devem ser
recolhidas, gravadas, filmadas, registadas, não para atribuir agradecimentos ou
distribuir méritos, mas para construir uma verdadeira base de dados.
Neste momento, os futuros historiadores e
pesquisadores de um centro casamansês de estudos históricos terão a tarefa de
escrever a história da Casamansa e do seu caminho rumo à independência muito
certamente com nomes como: Fodé Kaba Doumbouya, Moussa Molo Baldé, Aline Sitoé
Diatta, Victor Diatta, Augustin Diamacoune Senghor, que nada têm a ver com os
nomes daqueles que traíram a nossa história, a nossa identidade, a nossa
cultura e a nossa nobre luta para reivindicar o nosso direito no entanto
universal: a Independência. Bintou
Diallo - Casamansa - Casamance
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