“A base da ofensa é que nunca, ao longo da
História, se pediu a um funcionário público que morresse pela pátria, mas agora
vêm dizer que os militares são funcionários públicos. Em 1982, quando foi feita
a tabela de vencimentos pela Assembleia da República, fez-se equivaler o nível
de vencimentos dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça, dos embaixadores, dos
professores catedráticos e dos generais. Passou a água por baixo das pontes, os
juízes fizeram greve e os vencimentos aumentaram, os professores fizeram greve
e os vencimentos aumentaram, os embaixadores e os generais não fazem greve e
ficaram a arder. Não concordo com o sindicalismo nas Forças Armadas, porque o
comandante defende os militares, mas deixou de ter esta função, é preciso
alguém que os defenda. E se somos funcionários públicos iguais aos outros,
então quero um sindicato. E quando me mandarem para o Líbano, eu digo que só
vou se me pagarem X. Isto funciona na Holanda, em Itália e noutros países. Os
militares portugueses sacrificam-se pela pátria, mas a pátria está-se nas
tintas para eles.” Sanches Osório –
Portugal in “Jornal I”
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