Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Singapura - Ministro da Defesa pede à China que assuma liderança na redução de tensões

O ministro da Defesa de Singapura instou a China a liderar a redução das tensões na Ásia, alertando que uma guerra como a da Ucrânia ou entre Israel e Hamas seria devastadora para a região

No último dia de uma conferência anual sobre Defesa organizada pela China, Ng Eng Hen sublinhou a importância da comunicação entre exércitos para gerir crises, manifestando a esperança de que os Estados Unidos e a China retomem a utilização da sua linha direta militar. “A paz é precária e nunca é um dado adquirido em nenhuma parte do mundo”, observou. “O que aconteceu na Europa e no Médio Oriente nunca se deve repetir aqui. Temos de fazer tudo o que pudermos para o evitar”, apelou.

O Fórum de Xiangshan, que decorreu no norte de Pequim, reuniu responsáveis pela Defesa de dezenas de países e organizações. A China, que recentemente demitiu o seu ministro da Defesa, foi representada por Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, o braço político das Forças Armadas chinesas.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, aproveitou o fórum para realçar o aprofundamento dos laços entre Rússia e China, numa altura em que o país enfrenta isolamento internacional, devido à invasão da Ucrânia. Shoigu foi recebido por uma guarda de honra militar antes de reunir com Zhang na segunda-feira. Citado pela agência de notícias russa Tass, Zhang afirmou que a China está pronta para responder com a Rússia às ameaças e desafios de segurança e “manter conjuntamente o equilíbrio estratégico global e a estabilidade”.

Referindo-se às disputas territoriais no Mar do Sul da China e à ameaça nuclear da Coreia do Norte, Ng disse que é “vital que as instituições militares e de Defesa se empenhem para reduzir o risco de erros de cálculo e acidentes”. Enalteceu os códigos que foram adotados para gerir encontros militares não planeados no mar e disse que deveriam ser alargados para incluir as guardas costeiras, que frequentemente se defrontam em águas disputadas.

Pequim reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, via marítima fundamental para o comércio mundial, apesar das reivindicações das Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei. Os atritos entre embarcações chinesas e filipinas ou norte-americanas naquelas águas são cada vez mais frequentes, resultando por vezes em embates.

A China congelou o diálogo com os EUA em questões de Defesa em agosto de 2022, após a então líder da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan. Mas as duas partes parecem estar a reiniciar o diálogo, incluindo sobre segurança, antes de uma possível reunião entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping, em Novembro.

Os EUA enviaram uma representante ao fórum de Xiangshan, Cynthia Carras, diretora principal do Departamento de Defesa para a China, Taiwan e Mongólia. Ng pediu à China que garanta às outras nações que não constitui uma ameaça à medida que se torna mais poderosa. “Quer a China o aceite ou não, quer o queira ou não, já é vista como uma potência dominante e deve, portanto, actuar como uma potência benevolente”, defendeu.

A China tem procurado apresentar-se como potência global não ameaçadora e diferente das potências ocidentais – embora alguns dos seus vizinhos e os EUA a vejam claramente como uma ameaça.

Um funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citando o presidente do país, disse na conferência que a China salvaguardaria melhor a paz mundial através do seu próprio desenvolvimento. “Este caminho não é nem o velho caminho da colonização e da pilhagem, nem o caminho tortuoso seguido por alguns países que procuram a hegemonia quando se tornam fortes. É antes o caminho certo do desenvolvimento pacífico”, disse Nong Rong, ministro-adjunto dos negócios estrangeiros. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”


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