Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Áustria - Viena faz homenagem “incomum” a Beethoven

O Museu de História da Arte de Viena decidiu assinalar o 250º aniversário do nascimento de Ludwig van Beethoven com uma exposição que oferece um contraste entre obras clássicas e modernas para reinterpretar o legado musical do compositor alemão



Através da exposição “Beethoven Moves”, um jogo de vários movimentos e estilos artísticos de diferentes épocas, a mais importante galeria de arte da Áustria demarca-se da sua tradição ao dedicar parte das suas instalações a um artista totalmente alheio ao mundo da pintura.

“Beethoven inspirou muitas gerações de artistas para além da música”, explicou a directora do Museu de História da Arte de Viena, ao defender uma mudança de paradigma, que tem um significado “algo radical” para o museu. Sabine Haag confessou que a ideia original de dedicar uma parte do museu a Beethoven corresponde a um desejo de Eike Schmdit, ex-director do espaço, para quem “o Museu da História da Arte tem de fazer algo pelo 250º aniversário de Ludwig van Beethoven”.

A obra de Beethoven, apenas mostrada nalgumas partituras e escritos originais, representa apenas uma reduzida parte da exposição, onde sobressaem pinturas e esboços de referências do Romantismo e de contemporâneos de Beethoven como Francisco de Goya, William Turner ou Gaspar David Friedrich. Essas obras de arte universais dividem o espaço com objectos dissonantes, como um piano pendurado no tecto – uma instalação de Rebecca Horn intitulada “Concerto para a anarquia” – uma partitura em que estão sobrepostas as 32 sonatas compostas por Beethoven e outras amostras de arte moderna.

Na exposição há também referências simbólicas à vida do compositor de “Para Elisa”: um palco construído com parte do piso original da última das 60 casas que ocupou durante as longas estadias em Viena. A vida do músico alemão está intimamente ligada à capital austríaca, onde passou grande parte da vida, compôs as suas peças mais importantes e morreu em 1827.

Na mesma sala está a corneta que utilizou nos últimos anos, período em que sofreu de surdez, juntamente com diferentes gravuras da série “Caprichos” do pintor espanhol Francisco de Goya, que, como Beethoven, também sofreu graves problemas auditivos.

Na última sala, completamente vazia, sem ornamentos e à qual as câmaras não podem aceder, o visitante depara-se com uma interpretação da música de Beethoven: vários cantores executam “a cappella”, ao vivo e ao longo do dia, diferentes peças do músico.

“Beethoven Moves” faz parte do programa de eventos culturais organizados pela cidade de Viena para comemorar os 250 anos do nascimento do génio musical e que culminará no dia 16 de Dezembro, data do seu aniversário, com um espectáculo na Praça da Câmara Municipal da capital austríaca. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com Agências Internacionais

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