Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Moçambique – Anadarko próxima da decisão final de investimento na Bacia do Rovuma

A Anadarko, uma companhia petrolífera norte-americana com sede em Houston, estado do Texas, poderá tomar a decisão final de investimento no próximo ano para a implementação do seu projecto de gás natural na província de Cabo Delgado, em Moçambique, disse na passada semana o director executivo, Al Walker, citado pelo jornal Houston Chronicle.

Há seis anos, a Anadarko descobriu enormes depósitos de gás natural na Bacia do Rovuma que, segundo alguns analistas, poderão colocar Moçambique na liga dos maiores produtores do mundo.

Na altura, a China, a Índia e o Japão encontravam-se envolvidos numa corrida desenfreada para fechar contratos para a importação de gás natural. Agora, a Ásia e outras regiões do mundo registam um excesso de produção de gás natural liquefeito (GNL), algo que acabou refreando drasticamente a apetência dos investidores para o desenvolvimento de novos empreendimentos, a semelhança do projecto de Moçambique, que está orçado em várias dezenas de biliões de dólares.

Contudo, em entrevista concedida sexta-feira, na cidade norte-americana de Houston, Walker, disse que o projecto poderá iniciar a produção precisamente no momento certo, ou seja no período compreendido entre os anos 2022 e 2023.

Essa é a altura em que as empresas de pesquisas energéticas IHS Markit e Wood Mackenzie acreditam que a economia global terá crescido o suficiente para estimular uma nova vaga de demanda de GNL.

Segundo Walker, a Anadarko projecta investir cerca de 15 bilhões de dólares em Moçambique no próximo ano. Isso poderia colocar o projecto em andamento para que o início da exportação de gás natural coincida com a redução dos excedentes no mercado internacional.

“A nossa esperança é de podermos avançar muito rapidamente”, disse ele.

A empresa ainda está por concluir algumas questões pendentes nas negociações com o governo moçambicano, incluindo a assinatura de um acordo para o reassentamento das famílias residentes na área onde será implantado o projecto. O custo do reassentamento poderá atingir cerca de 300 milhões de dólares para a construção de novas casas e outras infra-estruturas para as pessoas afectadas.

A Anadarko já apresentou o seu plano de reassentamento ao governo e aguarda a aprovação do governo.

O acordo de reassentamento, bem como vários outros contratos inacabados, são algumas questões que levaram o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que se encontra a efectuar uma visita de trabalho de quatro dias aos EUA, a reunir-se com o director executivo da Anadarko, na sexta-feira, na sede daquela multinacional norte-americana.

Uma vez concluídas as negociações, o projecto da Anadarko em Moçambique poderá, eventualmente, encarar os mesmos desafios que outras multinacionais petrolíferas enfrentaram no passado para a construção de unidades de liquefacção de gás natural em regiões com fracas infra-estruturas ou escassez de mão-de-obra qualificada, disse Bob Fryklund, estratega-chefe da IHS Markit.

Aliás, segundo a IHS, nos últimos anos, três em cada quatro grandes projectos de energia implementados em países em desenvolvimento acabaram por ultrapassar o orçamento inicial ou sofreram atrasos.

Por isso, a forte concorrência que se avizinha ao longo dos próximos anos poderá deixar pouca margem de erro para a Anadarko num mercado que, eventualmente, poderá voltar a registar grandes excedentes com a expansão das unidades de processamento de gás natural existentes nos EUA e Austrália, disse Fryklund.

Este é o melhor momento para tomar uma decisão final de investimento, porque os preços provavelmente irão recuperar nos próximos cinco anos o problema é não aproveitar essa janela (de oportunidade), explicou Fryklund.

Não é um desafio intransponível, mas este é o primeiro projecto de GNL da Anadarko, acrescentou.

A petrolífera norte-americana acredita que poderá extrair cerca de 75 triliões de pés cúbicos de gás recuperáveis em Moçambique, tornando as suas descobertas algumas das maiores da última década. In “Agência de Informação de Moçambique” - Moçambique

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