Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 20 de agosto de 2016

Paraguai – Vida difícil para os jacarés

Milhares de crocodilos encontram-se no leito seco do rio Pilcomayo, Paraguai. Alguns estão mortos, outros estão a morrer e tentando esconder-se debaixo da lama para evitar os ataques dos abutres.

O Pilcomayo secou. Durante a estação seca, de abril a outubro, este fenómeno ocorre ciclicamente "é acentuada pelas alterações climáticas e desmatamento", de acordo com Luz Aida Aquino, directora da organização WWF Paraguai.

Não chove desde abril no Chaco departamento da fronteira do Paraguai e da Argentina. No leito do rio, o solo está seco e gretado.

"Aqui, há normalmente uma fauna rica e abundante", reflecte Luz Aida Aquino. Agora, "os animais começam a morrer de forma maciça. Primeiro o peixe, em seguida, as capivaras (roedores semi-aquáticos) e jacarés (Caimãos da América do Sul). Milhares de jacarés já estão mortos."

O Paraguai, um dos países mais pobres da América do Sul, tem grandes rios e enormes recursos hídricos, mas a fronteira ocidental da Bolívia e Argentina é uma zona particularmente árida.

Os jacarés, chamam-se assim nesta região, têm até três metros de comprimento. Como tradição antiga, a sua caça é tolerada para alimento dos índios Toba, mas a comercialização da pele é proibida.

Uma vez que a espécie é protegida, o jacaré abunda e a seca deste ano, em nada compromete a sobrevivência da espécie.

O rio Pilcomayo nasce nos Andes, atravessa a Bolívia e Argentina, antes de chegar ao Paraguai.

"O curso do Pilcomayo, observa a directora do WWF, é regular no primeiro semestre, depois torna-se nómada". Em alguns lugares, o rio desaparece voltando a aparecer posteriormente.

Os habitantes das margens do Pilcomayo tentam assustar os abutres, que atacam os répteis e mordem com os seus bicos, começando pelos olhos, disse um jornalista da AFP.

- Desastre inevitável –

Uma ONG de defesa do meio ambiente levou recentemente uma delegação de 50 trabalhadores de salvamento, veterinários e agricultores da área para perfurar poços para salvar os jacarés.

"Isto é tudo o que podemos fazer", lamenta Alberto Meza, um dos líderes da delegação, que critica o governo pela falta de interesse por esta problemática.

A perfuração do poço é "para formar lagos para que os animais sobrevivam", diz Óscar Salazar, Director da Comissão Pilcomayo, um organismo estatal responsável pela gestão da bacia do Pilcomayo. Mas a "água é salgada," o que lamenta.

"As mortes dos jacarés ocorrem quando a água está muito baixa como nesta temporada, observou o oficial. O rio parou de fluir em território argentino, 1 km antes de chegar ao Paraguai".

Para ele, o desastre para a vida selvagem agora é "inevitável".

Para os especialistas, transportar os répteis para outras regiões do país seria agora uma catástrofe.

Além dos crocodilos, as fazendas de gado e a fauna local estão sofrendo com a seca.

“A situação não é tão crítica", declarou o Secretário de Estado do Ambiente há um mês atrás, quando os ambientalistas tocaram a sineta de alarme em Maio.

A seca do rio é também devido à falta de manutenção. Troncos e galhos a obstruir e a desviar o seu curso. O rio foi canalizado na Argentina, mas não no Paraguai.

Os rios sul-americanos são especialmente alimentados pelo degelo dos Andes e só após o inverno é que a água abunda no sul. De acordo com o chefe da Comissão Pilcomayo deve aguardar-se as chuvas de Outubro e Novembro para ver o Pilcomayo fluir novamente no Paraguai.

Enquanto isso, a pele branqueada do caimão por desidratação, está esgotada pelo calor e desnutrição.

No leito do rio, devido à pouca água e lama refrescante, os jacarés juntam-se nas zonas húmidas, um hospício prestes tornar-se um cemitério. In “Yahoo” - França

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