Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Moçambique - Quer levar educação sobre clima e prevenção a mais níveis escolares

Moçambique tem clubes ambientais para que crianças aprendam as ações que ajudam na prevenção e mitigação de desastres. Manter e ampliar a experiência a níveis mais elevados de ensino é uma das metas, segundo a ministra moçambicana da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze.


“Só de 2015 a esta altura, o país já sofreu cerca de 11 ciclones, o que é muito para um país tão pobre, tão vulnerável e em vias de desenvolvimento como o nosso. Isto tem desafiado a todos nós, aos líderes e em todos os níveis do nosso país, para que possamos, cada vez mais, melhorar a nossa capacidade de resposta para adaptarmo-nos a estes eventos extremos das mudanças climáticas.”

Eventos extremos devido às alterações do clima

Em meados de maio, Ivete Maibaze explicou à ONU News por que o conceito de clubes ambientais e discussões relacionadas ao tema em disciplinas escolares podem apoiar a ação de países mais vulneráveis aos eventos extremos causados pelas alterações do clima.

“Há um esforço do nosso governo, através do Ministério da Educação, de garantir que matérias sobre mudanças climáticas, gestão de risco de desastres, recursos naturais e outras matérias transversais, sejam integrados nos currículos. Particularmente no ensino primário, nós temos uma disciplina de ciências naturais, onde estas matérias todas são abordadas ao nível básico com as nossas crianças. Depois tem também uma disciplina de conteúdo local. Dependendo das circunstâncias de cada localização, este tempo é dedicado para que as crianças aprendam sobre as características daquele local e os problemas que lá ocorrem.”

Rio+20

O Ministério do Ambiente de Moçambique foi criado na sequência da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro, a Rio+20, realizada em 2012.

Cerca de 21 anos depois, a ONU acaba de fazer uma reunião para mobilizar ação humanitária, em Genebra, onde alertou para a piora do impacto de eventos extremos e desastres na vida das populações.

Moçambique está na região da África Austral, mencionada pelo aumento da frequência de tempestades tropicais que assolam casas, vidas e meios de subsistência.

Desde 2019, Moçambique foi atravessado pelos severos ciclones Idai, Kenneth e Freddie, numa tendência que exige “investimento em preparação de comunidades mais vulneráveis para desastres, adaptação e infraestrutura resiliente ao clima”.

Entendimento do risco de desastres

“Sentimos que é um desafio enorme, porque é preciso que esta consciencialização continue a todos os níveis do currículo estudantil. Estamos a falar do ensino secundário e do nível universitário. Já temos algumas universidades também a lecionarem cursos ligados ao ordenamento territorial, aos desastres e a questões ambientais. Então, esse é um esforço do nosso governo para garantir que se crie esta consciência ao nível das nossas comunidades. Particularmente em nível das escolas, o que temos feito é também garantir que se criem clubes ambientais. São grupos onde crianças têm a oportunidade de transformar a teoria em prática: trocando experiências sobre diferentes matérias ligadas à natureza e às questões ambientais. Então, sentimos que existe um esforço em nível do nosso governo para que se crie esta capacidade ao nível de ensino mais básico e primário das nossas crianças.”

No âmbito do recente encontro de alto nível na ONU sobre a avaliação do Marco de Ação de Sendai, a ministra Ivete Maibaze disse que a atuação das autoridades do país tem em conta que nunca existe preparação ideal para desastres.  

O instrumento internacional, lançado há oito anos, prevê que governos promovam o entendimento do risco de desastres.

Em nível das autoridades prevê o reforço da governança para gerir o tipo de situações, investimento em favor da resiliência e melhora na preparação para desastres pela eficácia na recuperação, reabilitação e reconstrução. ONU News – Nações Unidas


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