A Associação Moçambicana de
Juízes - (AMJ) procedeu ao lançamento, esta quarta-feira, 12 de Abri de 2017, em
Maputo, do Fórum Nacional dos Magistrados que actuam em casos de violência
doméstica.
A AMJ pretende, com este
fórum, criar uma plataforma permanente de debate e interacção dos magistrados
com a sociedade civil, bem como com outros actores públicos sobre a
problemática da violência doméstica.
Com este fórum, os juízes
querem ainda partilhar experiências para a uniformização de procedimentos em
matéria de prevenção e combate à violência doméstica, para além do
aperfeiçoamento dos magistrados, oficiais de justiça e equipas
multidisciplinares que actuam no combate a esta prática, na protecção e apoio
às vítimas.
Conforme contextualizou o
presidente da AMJ, Carlos Mondlane, que falava no evento, foi com o propósito
de não se distanciar desta problemática que o organismo que dirige decidiu
criar o Fórum Nacional de Magistrados que actuam em casos de violência
doméstica.
“A AMJ criou uma equipa que
vai trabalhar no seguimento dos casos de violência doméstica, indicando formas
de agir e práticas que sejam comuns a serem usadas por todos os magistrados”,
referiu.
Carlos Mondlane falou também
do papel dos membros da sociedade civil neste fórum, indicando que “servirão de
olheiros do fórum para aquilo que são os problemas locais identificados, os
mesmos que serão devidamente encaminhados e a partir daí seguidos pelas
próprias magistraturas”.
“Outro objectivo deste fórum é
de, em certo modo, padronizar a actuação dos magistrados sobre matérias de
violência doméstica um pouco por todo o País”, explicou.
Ainda de acordo com o
presidente da AMJ, “há magistrados que têm percepções diferentes no que diz
respeito ao fundamento da lei que vai basear as suas actuações, bem como em relação
a todo o processualismo ligado à tramitação de crimes de violência doméstica”.
Por isso, acrescentou Carlos
Mondlane, “através deste fórum teremos um momento de reflexão, de como os
magistrados darão seguimento e a devida monitoria dos casos de violência
doméstica”.
A juíza Osvalda Joana, que
preside o novo fórum, referiu, por sua vez, que o grande desafio desta entidade
recém-criada é de sensibilizar os magistrados judiciais no atendimento das
questões relativas à violência doméstica.
“Queremos que os magistrados
tenham cada vez mais sensibilidade pela desigualdade do género e pelas questões
relativas à violência no seio da família”, disse, acrescentando que, como
juízes, “queremos contribuir para uma sociedade livre de violência doméstica”.
De referir que os dados
estatísticos a respeito da violência doméstica, em Moçambique, estimam que
cerca de 70 por cento das mulheres moçambicanas já viveram situações de
violência ao longo da sua vida, decorrente da desigualdade nas relações de
poder entre homens e mulheres, assim como da discriminação baseada em relações
do género ainda presente tanto na sociedade, no geral, como na família, em
particular. In “Olá Moçambique” -
Moçambique
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