São Tomé e Príncipe é desde a
última quarta-feira, 29 de Março de 2019, membro de pleno direito do
Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre
a China e os Países de Língua Portuguesa, cujos membros aprovaram a adesão do
país após o restabelecimento de reações diplomáticas entre São Tomé e Príncipe
e Pequim.
O coordenador do Gabinete do
ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de São Tomé e Príncipe,
Djazalde dos Santos Aguiar, foi o representante convidado à oficialização da
adesão que ocorre depois de o país africano ter renunciado às relações
diplomáticas com Taiwan no final do ano passado. O responsável de São Tomé não
prestou quaisquer declarações à imprensa, numa altura em que está por nomear o
delegado do país na organização.
“É um convidado especial que
participou na reunião ordinária. No futuro, será decisão do Governo de São Tomé
e Príncipe indicar um delegado”, explicou Xu Yingzhen, secretária-geral da
estrutura local do Fórum de Cooperação. A responsável afirmou porém que, sendo
já membro oficial da estrutura, o país poderá integrar todas as atividades
desta – inclusivamente, candidaturas a financiamento junto do Fundo para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa. Mas ressalvou que a estrutura funciona de forma multilateral e
implica decisões tomadas por todos.
“Sempre mantemos a porta
aberta para que São Tomé e Príncipe possa apresentar-nos propostas e ideias,
mas é necessária a discussão de todos para decidir quais as atividades que
vamos desenvolver. As atividades são para o bem de todos”, afirmou Xu Yingzhen,
quando questionada sobre a possibilidade de a China suprir por via do Fórum de
Macau os apoios ao desenvolvimento de São Tomé e Príncipe antes angariados pelo
país junto de Taiwan.
O Governo de São Tomé e
Príncipe anunciou a 21 de Dezembro do ano passado o fim do reconhecimento
diplomático do Governo de Taipé, retomando as relações diplomáticas com a
China, interrompidas 1997.
Apesar de só no final do ano
passado terem sido restabelecidas as relações diplomáticas entre a República
Popular da China e São Tomé e Príncipe, Pequim mantém desde 2013 uma missão
comercial no país, sendo também a China um dos principais mercados das
importações são-tomenses. São Tomé e Príncipe tem também vindo a tomar parte em
algumas reuniões de nível ministerial do Fórum de Macau na qualidade de
observador convidado.
A partir de agora, passará
também oficialmente a integrar o conjunto dos países de língua portuguesa com
assento na estrutura para-diplomática que tem sede em Macau e que,
regularmente, organiza missões comerciais e ações de formação. Os
países-delegados do Fórum tem também a possibilidade de apresentar projetos de
investimento ao Fundo para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e
os Países de Língua Portuguesa, atualmente localizado em Pequim, mas que em
breve passará a ter sede em Macau.
A secretária-geral Xu Yingzhen
indicou ontem que a transferência da sede do fundo deverá acontecer durante os
próximos três meses. “O fundo é gerido pelo Banco Chinês de Desenvolvimento. O
Secretariado está a acompanhar os passos. Segundo fomos informados, o Banco
Chinês de Desenvolvimento está em conversações com o Governo da RAEM para
acelerar a transferência da sede. Julgo que na primeira metade deste ano já
estará aqui”, informou. Maria Caetano –
Macau in “Plataforma Macau”
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