Uma equipa de investigadores
espanhóis da Universidade Politécnica de Valência e do Instituto Espanhol de
Oceanografia (IPO) desenhou um sistema automático de contagem para estimar o
número e peso dos atuns rabilho capturados pela frota pesqueira.
O sistema, que aplica as
últimas tecnologias em acústica e imagens 3D, diminui em 20% a margem de erro
da contagem de biomassa face aos actuais sistemas de estimativa de quotas de
pesca estabelecidas pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum
Atlântico (ICCAT). Esta inovação foi criada no âmbito do projecto europeu
BIACOP. “As últimas tecnologias põem-se ao serviço da sustentabilidade das
espécies marinhas”, diz uma nota de imprensa do IPO.
Processo
nas jaulas de engorda
Gabriela Andreu, investigadora
da Área de Visão por Computador do Instituto Ai2, do IPO, explica que “o atum
rabilho está muito valorizado em todo o Mundo, especialmente no Japão. Os atuns
são capturados em alto mar e introduzidos em jaulas de transporte, que são
rebocadas até zonas costeiras nas quais estão instaladas as jaulas de engorda.
Ali se realiza a transferência de atuns de umas jaulas para outras. Cada
empresa tem atribuído um número de barcos e, cada barco, uma quantidade de
atuns que pode pescar. A ideia é que só se capture e se transfira para as
jaulas de engorda a quantidade de atum rabilho autorizada”.
Até agora, a contagem de
atuns, durante a transferência das jaulas de cerco às jaulas de engorda, é
realizada por um funcionário com software básico e de maneira manual. “Isto
fazia com que as margens de erro fossem mais altas e que se produzissem
sub-estimativas em muitas ocasiões, especialmente porque as imagens também
reportavam situações de baixa visibilidade para o funcionário”, acrescenta
Gabriela Andreu.
No âmbito do projecto BIACOP,
aqueles investigadores desenvolveram um sistema de medida da biomassa em
transferências entre jaulas de atum rabilho mediante técnicas acústicas e
ópticas. Este assenta num sistema sincronizado de câmaras de vídeo e de ecosonda
científica. O projecto foi coordenado pelo director do Centro Oceanográfico de
Murcia, Fernando de la Gándara, e financiado pelo Programa de Controlo da
Actividade Pesqueira da UE (ES/13/41). Carlos
Caldeira – Portugal in “Agricultura e Mar Actual”
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