O Ministério do Comércio da
China confirmou que elevou ontem de 50% para 95% a tarifa incidente sobre o
volume de suas importações de açúcar que exceder a cota de 1,95 milhão de
toneladas estabelecida pelo governo. A informação foi antecipada na sexta-feira
pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
Resultado de uma investigação
de salvaguarda que teve como objetivo, segundo Pequim, proteger os produtores
chineses, a elevação da tarifa prejudicará sobretudo a rentabilidade das
exportações brasileiras ao país, que têm girado em torno de 2,5 milhões de
toneladas ao ano.
Esse volume equivale a 10% dos
embarques totais da commodity realizados pelo Brasil e a 50% das compras de
açúcar da China no mercado internacional. Diante da confirmação da elevação da
tarifa chinesa, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa
as usinas sucroalcooleiras do Centro-Sul do Brasil, informou que continuará, em
parceria com o governo, a buscar um acordo com Pequim para identificar
“mecanismos que possam amenizar potenciais prejuízos aos produtores e
exportadores brasileiros”.
Negociações
“As negociações começaram na
sexta-feira passada, na sede da Organização Mundial do Comércio [OMC], em
Genebra [Suíça]. A entidade espera que os governos avancem nesse diálogo para
que não haja necessidade de abrir painel na OMC”, informa a Unica em comunicado
enviado ao Valor.” A Unica tem sustentado desde o início do processo de
investigação da China (setembro de 2016) a inexistência de requisitos da OMC
que justifiquem a imposição de salvaguarda.
Com base na análise do volume
e do valor exportado por todos os países envolvidos entre os anos de 2011 e
2016, não se configura ‘surto inesperado de importações’, nem se observa a
relação de causalidade entre o nível de exportações e o desempenho da produção
chinesa”, defende a entidade. Fernando
Lopes e Fernanda Pressinott – Brasil in
“Valor Econômico”
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