A
Pipedrive nasceu na Estónia e as necessidades de crescimento ditaram a abertura
de um escritório noutra cidade. Lisboa foi a eleita: “No final de 2016 era
claro que era o melhor local para o nosso próximo escritório”
Mais de quatro mil quilómetros
separam Lisboa da capital da Estónia, Tallinn. De carro, são precisos quase
dois dias para percorrer a distância que separa as duas capitais. De avião, em
média, são precisas seis horas. Mas a distância não foi uma barreira para a
Pipedrive, uma startup originária precisamente da Estónia e que desenvolveu um
software para a área de vendas de PME, ter escolhido Lisboa para ser a
"casa" do seu terceiro escritório, depois de Tallinn e Nova Iorque. O
lançamento oficial foi esta quarta-feira, 17 de Maio, o que deu o mote para uma
entrevista, por email, com o líder da empresa.
Martin Henk, co-fundador e CEO
da Pipedrive, conta que, durante o ano passado "ficou claro para nós que
não podíamos crescer rapidamente sem outro posto avançado". A busca
começou e "no final de 2016, ficou claro que Lisboa é o melhor local
possível para o nosso próximo escritório".
O
que é que vos atraiu em Lisboa?
"Houve uma combinação de
vários factores que trabalharam em conjunto a favor de Lisboa", responde
Martin Henk. A qualidade do talento é um desses factores. O líder da empresa
estónia refere que há um bom número de programadores na área "tanto já a
trabalharem em empresas tecnológicas como a licenciarem-se, todos os anos, nas
universidades técnicas". A qualidade do inglês e a abertura das pessoas
também jogou a favor. "O fuso horário não é muito diferente da Estónia mas
duas horas mais próximo das Américas. Isso permite-nos servir mais facilmente
os nossos clientes. Em especial, os milhares que temos no Brasil, onde a língua
portuguesa é útil", acrescenta.
E
como é que descobriram a capital portuguesa?
"Foi como se o universo
quisesse mandar-nos uma mensagem", conta. "De repente, começámos a
ouvir falar de Lisboa a partir de muitas fontes diferentes. Muitos dos nossos
amigos começaram a mencioná-la num tom positivo. Depois, durante uma reunião do
conselho de administração, perguntámos a um dos nossos investidores europeus
onde deveríamos abrir um novo escritório e ele, imediatamente, respondeu
Lisboa", conta. O Web Summit, onde alguns elementos da empresa marcaram
presença, também deu um empurrão. Depois do evento "apaixonámo-nos pela
cidade e foi praticamente negócio fechado".
A Pipedrive pretende, até ao
final do próximo ano, recrutar 100 pessoas. O foco, explica o responsável, está
na área de engenharia e de apoio ao cliente.
Principal
concorrente é o papel
A Pipedrive desenvolveu um
software para vendedores, nas pequenas e médias empresas (PME), e cujo produto
que comercializam não tem uma venda rápida. Martin Henk clarifica que, nestas
situações, o debate entre vendedores e clientes potenciais é prolongado, o que
faz com que seja difícil "acompanhar todas as conversas". Por isso, o
que esta solução tem na sua base "um ‘pipeline’ que transforma listas de
negócios em aberto num painel visual". Assim, os utilizadores "sabem
exactamente" no que devem estar focados.
Como muitos processos de
gestão de vendas são ainda realizados em folhas de papel, que Martin Henk
considera que o principal concorrente da Pipedrive são "folhas de cálculo,
seguidas de perto pelo papel e caneta". "O maior concorrente na nossa
categoria de software é a Salesforce.com", com a diferença que o
concorrente opera sobretudo com grandes empresas, enquanto o Pipedrive está
vocacionado para companhias mais pequenas.
A Pipedrive tem mais de 50 mil
clientes que pagam pelo serviço, está em mais de 140 países e tem mais de 200
funcionários. Ana Laranjeiro – Portugal in “Jornal
de Negócios”
Sem comentários:
Enviar um comentário