A
China vai apoiar a criação de uma Zona Económica Especial ligada ao mar na ilha
cabo-verdiana de São Vicente, um projeto que o governo cabo-verdiano acredita
estará concluído até ao final da legislatura
A decisão de apoiar o projeto,
que tinha sido apresentado pelo primeiro-ministro cabo-verdiano ao seu homólogo
chinês durante o Fórum Macau, em outubro, foi confirmada pelo ministro dos
Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, ontem (20), na cidade da Praia,
durante uma reunião com o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Luís Filipe
Tavares.
"A China vai apoiar a
criação da Zona Económica Especial de São Vicente, um projeto na área da
economia marítima muito importante para o país, que tem o apoio total e incondicional
do governo chinês", disse Luís Filipe Tavares.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros de Cabo Verde anunciou que o Governo chinês irá financiar também a
construção de uma nova maternidade em São Vicente, para servir a região norte
do país.
Durante o encontro, os dois
ministros passaram em revista a cooperação económica e política entre os dois
países, atualmente traduzida em 12 projetos, num valor estimado de 30 milhões
de euros.
Luís Filipe Tavares adiantou
que Cabo Verde vai começar agora a fazer o estudo de viabilidade económica dos
projetos da Zona Económica Especial e da maternidade, estimando que estejam a
funcionar até final da legislatura.
"Há uma firme vontade e
uma decisão de apoiar estes projetos de Cabo Verde, nomeadamente a Zona
Económica Especial que vai transformar São Vicente num grande centro de
economia marítima e criar milhares de postos de trabalho", disse.
Por seu lado, o ministro dos
Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi lembrou que a cooperação chinesa tem
sempre em atenção as necessidades do país, garantido o apoio necessário aos
projetos cabo-verdianos.
"A economia chinesa
começou a descolar a partir da criação das Zonas Económicas Especiais. Temos
experiências consolidadas, boas e bem-sucedidas e capacidade para as construir.
Se Cabo Verde quiser podemos fazer uma parceria importante na construção da
zona de São Vicente", disse.
O chefe da diplomacia chinesa
sublinhou a importância da posição geográfica de Cabo Verde, adiantando que o
Governo cabo-verdiano "manifestou vontade de participar na iniciativa
"Uma faixa, Uma rota", do Governo chinês.
A iniciativa, também conhecida
como a "Nova Rota da Seda", pretende recriar a Rota da Seda que uniu
a China aos mercados ocidentais durante séculos.
Na prática, trata-se de um
conjunto de percursos ferroviários e rodoviários, oleodutos e portos, que se
estendem da China até à Europa, com percursos alternativos que passam por
países do Sul da Ásia, Índia, Irão e Turquia, e chegam à África.
Mais de meia centena de países
aderiram à ideia, que é encarada por outros como uma iniciativa imperialista da
China.
Além da reunião como o
homólogo cabo-verdiano, o ministro chinês tem encontros de cortesia agendados
com o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e com o Presidente da
República, Jorge Carlos Fonseca. In “Correio das Ilhas” – Cabo Verde com “Lusa”
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