A “FARO 1540″ Associação de Defesa e Promoção
do Património Ambiental e Cultural de Faro torna pública na sua página electrónica, a moção que foi
aprovada por unanimidade e aclamação na sua última Assembleia-Geral, realizada
no passado dia 17 de Dezembro, onde é pedida a devolução a Faro da biblioteca
do Bispo do Algarve – D. Fernando Martins Mascarenhas, que foi confiscada
aquando do saque protagonizado pelo corsário Inglês, conde de Essex, em Julho
de 1596.
Esperamos poder contar com o vosso apoio na
defesa desta causa.
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Sé Catedral de Faro |
Pedido
de devolução da Biblioteca
do
Bispo
do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas
A cidade de Faro, capital administrativa do
Algarve, tem sido ao longo dos séculos um importante centro de cultura e
conhecimento da região algarvia. Dona de um importante património cultural,
Faro (antiga Ossónoba) evoca com orgulho a memória de Samuel Gacon e da sua oficina
tipográfica, onde em 1487 deu à estampa o Pentateuco, possivelmente o primeiro
incunábulo impresso em Portugal.
Em Julho 1596, Robert Devereux, conde de
Essex, protagonizou um dos mais negros episódios da história da nossa cidade ao
saquear e incendiar Faro. Foi no decurso deste triste incidente, que mancha a
memória das boas relações que Portugal mantêm com a Inglaterra desde a
assinatura do tratado de Windsor (1386) que o conde de Essex confiscou a
valiosa biblioteca do Bispo do Algarve, D. Fernando Martins Mascarenhas.
Em 1600 Robert Devereux doou ao seu amigo
Thomas Bodley este valioso espólio o qual se encontra depositado na Bodleian
Library da Universidade de Oxford desde a sua inauguração em 1602. Constituída
por 65 títulos (num total de 91 volumes) a Biblioteca do Bispo D. Fernando de
Mascarenhas representa, juntamente com o único exemplar remanescente do
Pentateuco, que se encontra na British Library, um dos mais importantes
tesouros culturais farenses.
Nesse sentido, e considerando o valor histórico,
cultural e simbólico que a Biblioteca de D. Fernando Martins Mascarenhas e o
Pentateuco, possuem para Faro e para a população algarvia, a FARO 1540 –
Associação de Defesa e Promoção do Património Ambiental e Cultural de Faro
(possuidora do estatuto de ONG – Organização Não Governamental de património e
ambiente) reunida em Assembleia-Geral, deliberou, solicitar junto dos
digníssimos representantes do governo britânico e da Universidade de Oxford, a
devolução deste património cultural de inestimável valor.
Estamos certos de que as autoridades
britânicas saberão reconhecer a justiça da nossa pretensão e que farão justiça
a um país amigo (onde vigora entre os dois países a mais antiga aliança
diplomática do mundo) e a uma cidade que se orgulha da sua história milenar e
do seu contributo para a cultura portuguesa e europeia.
Esta moção foi enviada ao Governo Britânico, Palácio de Buckingham,
Embaixada britânica em Portugal, Universidade de Oxford, Secretário de Estado
da Cultura de Portugal, Câmara Municipal de Faro e Bispo do Algarve. Faro
1540 - Portugal
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