Liga Cabo-verdiana dos Amigos da Língua
Portuguesa.
Preâmbulo
Tendo em atenção o peso histórico e social da
Língua Portuguesa em Cabo Verde, como primeira língua que se ouviu falar neste
Arquipélago, (séc. XV) e como língua que serviu de matriz principal à formação
do crioulo cabo-verdiano;
Tomando em linha de conta o facto de a Língua
portuguesa ser a língua veicular do ensino e da instrução pública e privada do
País com séculos de existência, com reconhecida validade enquanto presença
constante e garantida em todos os patamares e níveis de escolaridade nacional;
Tendo sempre presente que a Língua portuguesa
é a língua/testemunha de quase toda a documentação escrita histórica, social e
cultural que atesta e narra o percurso das ilhas desde o seu achamento em 1460,
até aos nossos dias;
Tendo em linha de conta que a Língua portuguesa
é para nós, a língua de comunicação internacional, nomeadamente na nossa
ligação com falantes dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa);
Estando ciente de que o falante cabo-verdiano
que caminha para o bilinguismo funcional, deverá sentir-se orgulhoso em possuir
nestas ilhas, um veículo linguístico vetusto, rico e bem apetrechado a todos os
níveis; um valioso instrumento veicular para todas e quaisquer situações
elocutórias, quer sejam elas coloquiais, informais e/ou formais, quer sejam de
natureza técnico-científica, académica e pedagógica, quer ainda cultural;
Considerando o prestígio da língua portuguesa
entre nós pela sua antiguidade e pela sua importância como principal obreira na
nossa evolução cultural e académica;
Considerada ainda, como a mais importante
fonte actual, para o enriquecimento etimológico, vocabular e sintáctico da já
denominada e reconhecida Língua cabo-verdiana;
Reconhecendo a Língua portuguesa como pilar
da sustentabilidade e de ligação entre os países de CPLP (Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa) e reconhecendo também a mestiçagem deste idioma que
engloba vocábulos dos diferentes povos que o falam e com eles partilha e dá a
conhecer a diversidade cultural de que os mesmos se compõem;
Considerando finalmente que a Língua
Portuguesa é património cabo-verdiano e como tal deve ser estimada e preservada
entre nós;
Nestes termos:
É criada a Liga Cabo-verdiana dos Amigos da
Língua Portuguesa, adiante designada abreviadamente por LICALP com as seguintes
cláusulas:
Cláusula
1
Definição, objectivos e perfil de membro
1. A LICALP é uma associação civil,
apolítica, sem fins lucrativos, composta de membros, homens e mulheres, que
possuem como valor e gosto comuns, o facto de prezarem em fazer uso corrente da
Língua portuguesa – falando-a e escrevendo-a – enquanto importante meio de
comunicação, língua viva, afectiva e de cultura.
2. A LICALP tem por objectivo primordial a
preservação, a difusão e a expansão oral e escrita da Língua portuguesa entre
os falantes cabo-verdianos.
3. O membro da LICALP distingue-se pela sua
contribuição e reivindicação por maior difusão do português, entre os falantes
cabo-verdianos de todas as idades, numa perspectiva inter-geracional e com o
objectivo de que este veículo de comunicação seja considerado sem reservas,
património de Cabo Verde e uma riqueza linguística com parâmetros afectivos,
culturais e históricos, possuidora de uma incontornável valência
técnica/científica que deve ser mantida e cuidada nestas ilhas.
4. A defesa da expansão da língua portuguesa
entre nós, quer sob a forma oral, quer sob a forma escrita, quer ainda sob a
forma formal/coloquial, é o requisito indispensável e exigível para o perfil e
a para a condição de membro e a sua contribuição primeira à Liga Cabo-verdiana
dos Amigos da Língua Portuguesa.
5. Outro requisito exigido para se pertencer
à liga dos Amigos da Língua Portuguesa é que o membro da Liga seja de facto, em
juízo e de livre escolha, um dinamizador actuante, um defensor atento, através
do seu próprio exemplo, da sua prática oral e escrita, e da sua dedicação, à
persecução da continuidade, da permanência, em suma, da existência viva e
visível da língua portuguesa em Cabo Verde, a par da língua cabo-verdiana, o
crioulo, seu descendente directo.
Cláusula
2
Actividades e emblema
1. A Liga pretende contribuir, de forma
voluntária e benévola, através de actividades que se revestirão de formas
diversas, e em qualquer local do País para a preservação e para a expansão da
língua portuguesa entre nós; para que a sua oralidade não pereça em Cabo Verde
e para que a sua escrita seja estimada, estudada e cuidada.
2. Para tal, e como já referido, a LICALP,
dinamizará junto dos falantes cabo-verdianos actividades – através do serviço
público dos média nacionais (Jornais, Rádio e Televisão e em rede digital) –
que se podem revestir de carácter didáctico e lúdico e todas igualmente
conducentes à apetência para a boa prática da oralidade e da escrita da Língua
portuguesa.
Cláusula
3
Lema
1. O emblema simbólico da Liga é: «É Bom
Falar português!».
2. A frase que ilustra o emblema pretende
significar não só as vantagens e a riqueza linguística desta Língua viva entre
nós, como também demonstrar a afeição, o gosto e o preito do falante
cabo-verdiano à Língua Oficial e à Língua segunda do país.
Cláusula
4
(Membro)
Considera-se membro efectivo da LICALP, o
cidadão, que em consciência e de livre vontade, aponha a sua assinatura neste
documento, o que será demonstrativo e suficiente da sua adesão aos princípios
que norteiam a Liga Cabo-verdiana dos Amigos da Língua Portuguesa.
Cláusula
5
Divulgação
A divulgação dos objectivos da Liga
Cabo-verdiana do Amigos da Língua Portuguesa, nos meios de comunicação social e
das redes sociais adequados, é condição suficiente que consagra a existência a
Liga Cabo-verdiana dos Amigos da Língua Portuguesa.
Cabo Verde, Outubro de 2013.
(Junte-se a nós. Torne-se membro activo da
LICALP)
Seguem-se subscritores:
Arcádio Monteiro
Arnaldo Vasconcelos França
Gabriel Moacyr Rodrigues
Ondina Maria Duarte Fonseca Rodrigues
Ferreira
Óscar António Barbosa Ribeiro
Ondina
Ferreira – Cabo Verde in “coralvermelho.blogspot.pt”
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