Estive uns dias ausente do reboliço da grande
Lisboa, numa localidade que dista mais de 230 quilómetros da capital.
Esta povoação tem uma sala de espectáculos,
faz inveja a muitas cidades portuguesas, que abre as suas portas uma vez por semana,
às sextas-feiras, para apresentar um filme, normalmente estreado há
relativamente pouco tempo nos grandes palcos mundiais.
Nesse dia, a sala de espectáculos
transforma-se num cinema muito superior às “salas de pipocas” que encontramos
nos centros comerciais de Lisboa e arredores. O bilhete tem um preço de apenas
dois euros, bastante convidativo para que as pessoas acorram ao cinema,
principalmente numa terra que é uma excepção no país, por haver muitos jovens.
Mas a realidade é bem diferente, o hábito de
ir ao cinema perdeu-se e embora a sala seja de alta qualidade, o filme bastante
recente, as pessoas não se deslocam para ver um espectáculo com um preço muito
acessível, preferindo ficar em casa a coscuvilhar o que a televisão transmite
através de camaras indiscretas dentro de uma casa algures.
Desta vez, além da minha pessoa e da minha
companhia, só havia mais um casal, mas na anterior ida à mesma sala, tínhamos
visto o filme sozinhos. Infelizmente a sociedade que se está a construir é oca
e qualquer dia, justificando que os gastos não são úteis, fecharão a sala de
espectáculos no único dia da semana que abre, basta ganhar nas próximas
eleições, um político idêntico aos que proliferam pelos altos
cargos no país. Baía da Lusofonia
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