Instalam-se numa zona movimentada da cidade e
começam a cozinhar. Os clientes nunca faltam porque o prato é saboroso e custa
pouco dinheiro.
Na Baixa de Luanda, Rua Rainha Ginga, é
visível o negócio que tem contribuído para o sustento de muitas famílias. Quem
tem pouco dinheiro para ir aos restaurantes ou prefere os “quitutes” compra uma
“dose” de bombo assado com ginguba e tem um “mata-bicho” ou um almoço completo,
nutritivo e a gosto. O preço da dose varia entre 50 e 100 kwanzas.
As vendedoras têm sempre um olho no
fogareiro, outro nos clientes e um terceiro, invisível, nos fiscais que “dão
corrida” a quem vende comida na rua, em nome da saúde pública. Cada uma acorda
cedo e parte para as zonas mais movimentadas da cidade. Monta a “cozinha”, sopra
no carvão e vai assando na grelha o bombo. A ginguba é assada numa panela de
alumínio, com todo o cuidado, para não queimar, mas também para não ficar crua.
No meio é que está a virtude.
A vendedora Mimi disse ao Jornal de Angola,
que com o negócio consegue, ainda que apertadamente, sustentar os dez filhos em
casa, desde a alimentação, à escola e à saúde. “Sabemos que vendemos em locais
impróprios, mas se não o fizermos não conseguimos sustentar os nossos filhos”,
afirmou, a vendedora, sempre alerta, não fossem aparecer os fiscais.
A vendedora Susana João, de 26 anos, chega a
facturar 17 mil kwanzas por dia. Apesar de jovem, Susana vende o pitéu desde
pequena. Percorre quilómetros de distância até à Baixa de Luanda, à procura do
sustento dos quatro filhos. Conhece os melhores locais e tem clientes certos.
Os seus “assados” são de primeira qualidade.
“Vivo em Viana e todos os dias acordo cedo
para vender. Mesmo com as corridas diárias dos fiscais, ainda consigo algum
dinheiro para pagar a escola e dar de comer aos miúdos”, disse Susana João.
Esperança Manuel vive em São Pedro da Barra e
é vendedora há quatro anos. Zungava frutas e quando se apercebeu que o bombo
assado com ginguba fazem o casamento perfeito, mudou de ramo.
Hoje serve o “mata-bicho” e o almoço a
dezenas de clientes na Baixa de Luanda. Até pessoas bem vestidas, com “ar de
chefes”, lhe compram o pitéu.
A vida é dura, mas compensa. Esperança Manuel
afirma que diariamente tem um lucro que varia entre cinco e seis mil kwanzas. É
um bom negócio! Nilza Massango – Angola in “Jornal de Angola”
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