Na mesma localidade em que as pessoas não
gastam dois euros para ir ao cinema, um dos passatempos favoritos é o
deslocarem-se de automóvel dentro da aldeia que se atravessa a pé em cinco
minutos, quer seja para andar cem metros de casa ao emprego, para ir tomar o café
ou para se dirigir à padaria, todos se deslocam de automóvel, raramente se vê
uma pessoa a andar pelos seus pés e normalmente quando vislumbramos uma, é uma
pessoa de idade que não tem automóvel.
Pelo que me contam esta originalidade é comum
em toda a região e é preocupante, pois a fronteira próxima, levam que os
automobilistas atestem o depósito em Espanha, deixando lá os impostos que fazem
falta do lado de cá.
Mais preocupante é que a maioria da população
vive de uma pensão da segurança social, sendo a grande maioria antigos
agricultores que não contribuíram para o sistema, por não serem obrigados,
tendo o direito a uma reforma sido uma conquista justa da revolução do 25 de
Abril.
Quando assistimos na grande Lisboa ao
encostar do carro à porta de casa, aos reformados a não comprarem passes
sociais por não terem posses para tal luxo, devido aos preços actuais dos
mesmos, estranhamente numa zona do país, considerada das mais pobres, cujo
rendimento per capita está muito
abaixo da média nacional, verificamos por vezes, pequenos engarrafamentos nas
estreitas ruas, pois o automóvel é líder naquela região. Dá que pensar. Baía da Lusofonia
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