Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Alqueva




           Nos últimos meses, ao contrário do ano passado, tem chovido com alguma intensidade o que leva a população mais interessada pelos temas da água a acompanhar a informação fornecida pelo SNIRH, Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.

           Dos valores apresentados para o país, realça a albufeira do Alqueva no rio Guadiana, que no passado mês de Dezembro de 2012 apresentava uma capacidade de armazenamento de 86,5%, o equivalente a 3590,6 hectómetros cúbicos de água, estando o nível na cota 149,26 muito próximo da cota máxima de 152 metros.

         A albufeira do Alqueva é o maior lago artificial da Europa, com uma capacidade total de armazenamento de 4150 hectómetros cúbicos de água, numa área inundável de 250 km2 e que perfaz uma linha de margem de cerca de 1100 km. A sua construção teve como objectivo criar uma reserva estratégica de água, que suprisse as necessidades nas valências de regadio, abastecimento público e industrial e produção de energia para um período de seca de pelo menos três anos.

       A construção da barragem não foi pacífica e a sua concretização, por interesses políticos, levou algumas décadas até à data de 08 de Fevereiro de 2002, quando começou o enchimento da barragem. Os motivos para o atraso da obra eram sempre os mesmos, que o caudal do Guadiana, devido às barragens existentes no país vizinho a Espanha, não era suficiente para uma barragem daquela envergadura. Esqueciam-se os inteligentes políticos da nossa praça, que continuam a vaguear por aí, que quando chovesse, a água que caísse em Portugal, era mais que suficiente para aquela barragem.

          Felizmente que nem tudo correu mal e o projecto inicial que não previa a produção de energia foi substituído por um outro em que esta possibilidade já estava contemplada. Não foi com surpresa que no dia 12 de Janeiro de 2010, pela primeira vez, a barragem do Alqueva chegou à capacidade máxima de armazenamento.

          O interessante é que algumas pessoas defensoras da não construção da barragem do Alqueva, hoje são adeptos desta excelente albufeira para aproveitamento turístico, principalmente com a construção de campos de golfe (no plural), uma actividade que começa a estar saturada de infra-estruturas em Portugal e também por outras regiões do globo.

         Mas efectivamente a albufeira do Alqueva e toda a região envolvente, tem condições óptimas para a prática do turismo, seja ele histórico, cultural, ambiental, gastronómico, recreativo ou desportivo, para isso é necessário haver ideias, que aproveitem todas as capacidades do território, ainda com a vantagem do aeroporto de Beja ali tão perto. E o provérbio diz: “Dá Deus nozes a quem não tem dentes”…Baía da Lusofonia

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