"Ninguém sabe, ninguém lembra, nosso livro falado com nossos códigos, foi queimado pelo esquecimento... Pouco a pouco o feísmo foi penetrando nas nossas mentes, ninguém repara já nos adornos das nossas casas de dantes... Nosso ser foi dominado, o dragão das nossas entranhas foi apagado... Reconheçamo-lo, mesmo que a dor seja insuportável, a nossa mente foi tatuada com outras palavras, a língua feliz da minha infância, mesmo sendo proibida na escola, pela que meu pai se batia como para defender sua mãe, com qualquer outro homem...essa língua deixou de ser amada, o auto-ódio instalou-se definitivamente em nosso jeito de olharmo-nos no espelho... E agora? O que fazer com tanta cinza? Com tanto incêndio? Que faço eu com este vulcão que me consome? Falo, tatuo o ar, limpo a minha mente colonizada... Mas já não posso esperar que alguém vivo possa entender esta minha linguagem..." Concha Rousia – Galiza in “Portal Galego da Língua”
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