Uma
equipa internacional de investigadores identificou pequenos "oásis"
nos oceanos onde os corais estão a crescer, quando todos os outros estão a
desaparecer, o que pode ajudar a preservar um dos ecossistemas mais ameaçados
do mundo
A descoberta foi divulgada na
publicação científica "Journal of Applied Ecology", com os
responsáveis a esperarem que os dados encorajem outros estudos sobre como é que
essas pequenas comunidades estão a desenvolver-se, ao contrário de muitas
outras, e que se façam esforços para identificar mais locais onde tal esteja a
acontecer.
A equipa, que inclui James
Guest, da Universidade de Newcastle, do Reino Unido, desenvolveu uma estrutura
que pode identificar pequenas comunidades de corais que estão a florescer,
contra todas as probabilidades.
Os investigadores focaram-se
em quatro locais no oceano Pacífico e nas Caraíbas, constatando que "a
gravidade da degradação dos corais não é uniforme" e que há locais onde
eles se desenvolvem, apesar dos "piores efeitos das alterações climáticas",
explicou James Guest, principal autor do estudo.
Foram identificados 38
"oásis" que estão a resistir a fatores como o branqueamento (processo
que leva à morte do coral e se deve ao aumento da temperatura da água),
"pragas" de estrelas do mar (que se alimentam dos pólipos de coral)
ou os furacões. Uns resistem aos desafios ambientais e outros recuperam apesar
de sofrer danos.
James Guest admite que como
causas dessa sobrevivência possa estar a localização privilegiada, como águas
mais profundas longe de tempestades, ou simplesmente características biológicas
ou ecológicas que os tornam mais resistentes.
Peter Edmunds, da Universidade
do Estado da Califórnia em Northridge, Estados Unidos, disse ter ficado
impressionado com a capacidade de os corais de Moorea, na polinésia francesa,
se recuperarem. Entre 2005 e 2010 foram quase reduzidos a zero por estrelas do
mar - da espécie 'Acanthaster planci' e conhecidas pelo nome comum de 'coroa de
espinhos' devido ao seu aspeto - e oito anos depois tinham-se renovado, em
alguns lugares em 80%, contou.
A investigação foi feita por
doze instituições de três países.
Diversos estudos têm vindo a
alertar para a morte em grande escala de recifes de coral em todo o mundo,
devido às alterações climáticas e à destruição de zonas costeiras pela
atividade humana. In “Notícias ao Minuto” - Portugal com “Lusa”
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