Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 10 de dezembro de 2016

Portugal – O terminal de contentores do Barreiro está de volta?

Segundo o semanário “Expresso” pela pena do jornalista José Gomes Ferreira, na passada quarta-feira, dia 07 de Dezembro de 2016, saiu em Diário da República, um anúncio oficial de um concurso para estudar as acessibilidades rodo - ferroviárias ao novo terminal de contentores no Barreiro, lançado pela empresa pública IP – Infraestruturas de Portugal, num valor estimado em 600 mil euros.

Há dois anos, mais precisamente a 11 de Novembro de 2014, a actual Ministra do Mar foi uma das convidadas do programa semanal “Expresso da Meia-Noite” integrada num painel para debater o “Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas” (PETI) apresentado pelo anterior governo.


A uma pergunta do jornalista Nicolau Santos sobre o porto do Barreiro, após vários esclarecimentos, afirmou:

“…Mas relativamente a esta questão, há aqui uma questão económica importantíssima, que tem a ver com, existe ou não existe espaço, no sul de Portugal para haver mais que um grande hub, não é mais que um terminal, mais do que um grande hub portuário a nível internacional. Lisboa, Setúbal, Sines, existe ou não existe espaço para existir mais que um grande…não é mais que um terminal, podem existir mais terminais… agora tem que fazer efeito de hub, para fazer efeito de hub, tem que usufruir dos mesmos espaços logísticos, das mesmas áreas industriais, das mesmas infraestruturas”.

Depois de interpelada, continuou:

“Agora há uma coisa que nós sabemos, nos países civilizados já ninguém faz portos de águas profundas em estuários, ninguém faz isso por variadíssimas razões, por razões ecológicas, por razões ambientais, por razões de segurança de navegabilidade, todas essas coisas… vocês estão a imaginar, o que é que é, independentemente desta fantasia, se é Trafaria, se é Barreiro, já se falou… também os jornais dizem muita coisa, já se falou em Cacilhas”.

Depois de nova questão:

“Para além da questão económica, já imaginaram um super post panamax, se é um porto de águas profundas, é um navio daqueles grandes… vocês estão no Terreiro do Paço, se os senhores estão no Terreiro do Paço, sentados naquelas esplanadas belíssimas, que agora finalmente podemos usufruir no Terreiro do Paço e vimos passar à frente uma parede que tem cem metros de comprimento por cinquenta e tal metros de altura, é nisso que nós estamos a falar…”

Ana Paula Vitorino desconhecia na altura que os tais “barquitos” não têm cem metros, mas sim são superiores a trezentos metros e alguns já chegam aos quatrocentos. Por fim Ana Paula Vitorino disse que a passagem de tais navios iria acabar com o tráfego fluvial de passageiros no rio Tejo.

Quem pretender aceder a este debate, poderá encontrá-lo aqui.

Por diversas vezes o blogue Baía da Lusofonia abordou o tema de um porto de águas profundas em Lisboa, reconhecendo que é uma matéria de difícil decisão, mas o que não faz sentido, como afirmava o Secretário de Estado no programa, é construir um porto de raiz, nos dias de hoje, que não seja de águas profundas.

Em dois anos, o tempo de passar da oposição a Ministra do actual Governo, uma pessoa muda de opinião sobre uma matéria tão sensível, que dá para pensar.

Poderá consultar um desses textos no fim da página. Baía da Lusofonia

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