A
Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) está a incentivar as
escolas interessadas em ensinar Língua Portuguesa a fazê-lo de forma contínua e
regular sendo que o ensino primário deve contar com 60 aulas de Português por
ano e o ensino secundário com 70. Por outro lado, a DSEJ está a finalizar o
projecto de lei referente ao ensino especial, esperando que ao longo do próximo
ano possa ficar concluído todo o processo legislativo
O Fundo de Desenvolvimento
Educativo “tem subsidiado escolas particulares que estejam interessadas em
começar a oferecer aulas de Português”, salientou a chefe do departamento de
ensino na Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), ressalvando,
porém, que a DSEJ espera que o investimento nesta área seja “contínuo” e não
algo que acontece “ano sim, ano não”.
Por isso, de acordo com o
organismo, as escolas interessadas deverão ter 60 aulas de Português por ano
lectivo, no caso do ensino primário, e 70 no ensino secundário geral e
complementar. A DSEJ exige ainda que este volume de aulas corresponda a um
determinado número de horas, que não foi revelado. “Também incentivamos que as
escolas tenham cursos regulares”, sublinhou.
Assim, reforçou Leong Vai Kei,
a divulgação da Língua Portuguesa será feita a dois níveis. “Se as escolas
tiverem intenção de formar talentos na área linguística podem disponibilizar
uma disciplina integrada no currículo regular ou criar cursos complementares,
no caso de os alunos demonstrarem esse interesse”.
“Pedimos ajuda à Escola
Portuguesa de Macau (EPM) para organizar estes cursos”, destacou. Além disso,
foram celebrados acordos de cooperação com escolas de Portugal prevendo um
intercâmbio entre estudantes que “não precisa ser pessoal”. “Mesmo através da
comunicação via correio electrónico é possível melhorar a capacidade oral e
escrita”, destacou.
Em declarações ao Jornal Tribuna
de Macau, o presidente da direcção da EPM garantiu que se mantém a “vontade de
colaboração” com a DSEJ mas ainda não é possível saber em que moldes. Manuel
Machado recordou que já estão a decorrer os cursos nocturnos para estudantes de
escolas chinesas leccionados por professores da EPM, mas que em relação a uma
eventual cooperação a outros níveis ainda não é possível dar mais detalhes.
Esta questão foi debatida numa
reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino Não-superior durante a
qual também foi mencionado o processo de actualização do currículo do ensino
especial que “vai demorar algum tempo”, admitiu a chefe do departamento de
ensino da DSEJ. A responsável justificou os atrasos com a criação de “vários
tipos de formação” para fazer face às necessidades dos alunos de diferentes
idades.
“Estamos já quase a finalizar
o projecto de lei do ensino especial. Esperamos que em 2017 possa ser apreciado
[na Assembleia Legislativa]”, apontou Leong Vai Kei. A DSEJ pretende também que
“este diploma defina as competências dos professores” que exerçam nesta área,
sublinhou a responsável, recordando que em Setembro do próximo ano o Instituto
Politécnico irá ter uma licenciatura em terapia da fala.
“Situações
excepcionais”
no
projecto “Céu Azul”
O projecto “Céu Azul” foi
outro dos temas debatidos na reunião, sendo que a DSEJ garante que há um plano
a curto, médio e longo prazo. “As escolas precisam de algum tempo para mudar”,
frisou o chefe do departamento de estudos e recursos educativos da DSEJ.
Além disso, alertou Wong Kin
Mou, “há escolas que têm várias secções a funcionar em zonas diferentes”. É
também preciso ter em atenção que há instituições de ensino que têm de mudar de
localização e há terrenos ocupados ilegalmente que só podem ser usados no
âmbito deste projecto no fim de processos judiciais, tornando-se em acções “a
longo prazo”.
O responsável apontou que
recentemente foi assinado um memorando com a escola “Hoi Fai”, mas ainda “vai
demorar algum tempo” até que seja possível efectuar a mudança. “Há outras duas
escolas com secções em zonas separadas. Só depois da apresentação da planta no
Conselho do Planeamento Urbanístico vamos saber como será o projecto e quais os
custos”, sublinhou.
No que respeita aos gastos com
as obras, a DSEJ garante já ter “montantes definidos” para as intervenções
dependendo se são de “grande envergadura” ou não, por isso, à partida, “a
escola deverá ter logo noção do subsídio que vai receber”.
Ainda assim, ressalvou Wong
Kin Mou, há situações em que “[as escolas] começam as obras e depois acumulam
novos pedidos ou decidem fazer trabalhos suplementares”. Por outro lado, pode
acontecer também que após o início das empreitadas se verifiquem problemas com
os materiais de construção.
Nesse sentido, admitiu que “há
casos em que só foram atribuídos os subsídios depois de as obras ficarem
concluídas, mas foram situações excepcionais”.
O chefe do departamento de
estudos e recursos educativos explicou também que se o orçamento das
empreitadas ascender a mais de dois milhões de patacas está sujeito a concurso
público. E, mesmo que seja inferior a este valor terá de ser submetida “uma
acta a explicar” os motivos da escolha de determinada empresa para o trabalho
de construção. Quanto aos prazos, Wong Kin Mou explicou, a título de exemplo,
que se uma primeira proposta for apresentada em Março, e houver uma versão
final em Agosto, as obras podem ter início em Setembro. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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