Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Referendo


"Próxima estaçom: Referendo

No cenário político internacional, europeu e espanhol, vários som os processos abertos para a construçom de novos estados, reunificaçom de territórios ou mesmo, por vez primeira na história da UE, a saída de um estado membro. A Galiza nom pode permitir-se perder o comboio.

O povo da Catalunha votará em referendo em 2014. Ao igual que a Escócia após acordar a sua legitimidade com o executivo británico. Euskal Herria avançará no seu caminho de normalizaçom política e a consolidaçom de maiorias sociais e institucionais soberanistas. A Irlanda buscará, da mao do Sinn Fein, o referendo pola reunificaçom nacional e o Reino Unido considera a saída da UE, também em referendo. E sem esquecer o lento processo de implosom da Bélgica como Estado.

Em 2014, sim, outra vez esse ano, haverá eleiçons ao parlamento europeu. Umha instituiçom que fai parte dessa UE que terá que construir um relato político para se situar no contexto de criaçom de novos Estados. Outro factor dessas eleiçons será o descontentamento popular e a necessidade de castigo ao regime que vai ter a sua expressom no castigo a PP e PSOE provavelmente como nunca na história desta II Restauraçom. Diz que andam muito preocupados. Será o momento de levar a voz dos povos do Estado espanhol a Europa para afortalar os nosos projetos políticos? Para garantir os processos soberanistas? Isto já é cousa para falar outro dia.

Novos estados pois, nascerám da mao de processos democráticos, vía referêndum e baseados na força das maiorias sociais. Hoje na Europa, apesar de todas as dificuldades que sempre porám no caminho os inimigos dos povos e a democracia, é possível avançar cara à construçom de novos estados articulando maiorias sociais que o demandem e estejam dispostas a materializá-lo.

Dalgumha maneira, e com todos os matizes que se quiger, a “tese central” das esquerdas independentistas no contexto do Estado espanhol, especialmente nos anos 80, mudou. Daquela, na Galiza, Catalunha e Euskal Herria as esquerdas independentistas partiam da tese de que o Estado espanhol nunca aceitaria sob parámetros democráticos, processos de autodeterminaçom.

Mais a fraqueza do Estado, mesmo na sua funçom coercitiva, fijo que a estratégia de bloqueio do unionismo espanhol passasse de ser um obstáculo a virar em potencialidade. É a negaçom de direitos democráticos e a estratégia de bloqueio a que fai avançar com força, e nom resistir, as reclamaçons soberanistas em Euskal Herria e a Catalunha!

Hoje o reino de Espanha é um Estado fraco. Fraco por “dentro” e fraco por “fora”. Deslegitimado perante a cidadania que se vê desposuída de direitos socioeconómicos adquiridos após muitos anos de luitas obreiras e populares. Um sistema de partidos políticos esgotado (PP-PSOE somam já menos de 50% de voto no conjunto do Estado segundo os últimos inquéritos de intençom de voto) e umhas elites políticas corruptas. Mas também muito fraco no cenário internacional: com cessom de soberania nacional que imaginamos chega até onde digam os poderes financeiros que possuem a dívida pública contraída, em boa parte, por assumir dívidas privadas: aqui os bancos e caixas com mençom especial.

Em definitiva, os povos da Europa alumeam novos Estados. E o povo galego, da mao das suas forças políticas, sindicais e sociais, tem que abrir as portas deste processo. E penso que todos os amigos e todas as amigas da democracia e do exercício da autodeterminaçom no nosso País tenhem que estar desde o minuto zero contribuindo e sendo protagonistas de um amplo movimento pola soberania nacional. Sem mimetismos com outras naçons. Sem os setarismos do presente. Sem os timoratismos das direçons do passado." Aurélio Lopes – Galiza in “Galiza Confidencial” via “Diário Liberdade”

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