"Próxima estaçom: Referendo
No cenário político internacional, europeu e
espanhol, vários som os processos abertos para a construçom de novos estados,
reunificaçom de territórios ou mesmo, por vez primeira na história da UE, a
saída de um estado membro. A Galiza nom pode permitir-se perder o comboio.
O povo da Catalunha votará em referendo em
2014. Ao igual que a Escócia após acordar a sua legitimidade com o executivo
británico. Euskal Herria avançará no seu caminho de normalizaçom política e a
consolidaçom de maiorias sociais e institucionais soberanistas. A Irlanda
buscará, da mao do Sinn Fein, o referendo pola reunificaçom nacional e o Reino
Unido considera a saída da UE, também em referendo. E sem esquecer o lento
processo de implosom da Bélgica como Estado.
Em 2014, sim, outra vez esse ano, haverá
eleiçons ao parlamento europeu. Umha instituiçom que fai parte dessa UE que
terá que construir um relato político para se situar no contexto de criaçom de
novos Estados. Outro factor dessas eleiçons será o descontentamento popular e a
necessidade de castigo ao regime que vai ter a sua expressom no castigo a PP e
PSOE provavelmente como nunca na história desta II Restauraçom. Diz que andam
muito preocupados. Será o momento de levar a voz dos povos do Estado espanhol a
Europa para afortalar os nosos projetos políticos? Para garantir os processos
soberanistas? Isto já é cousa para falar outro dia.
Novos estados pois, nascerám da mao de
processos democráticos, vía referêndum e baseados na força das maiorias
sociais. Hoje na Europa, apesar de todas as dificuldades que sempre porám no
caminho os inimigos dos povos e a democracia, é possível avançar cara à
construçom de novos estados articulando maiorias sociais que o demandem e
estejam dispostas a materializá-lo.
Dalgumha maneira, e com todos os matizes que
se quiger, a “tese central” das esquerdas independentistas no contexto do
Estado espanhol, especialmente nos anos 80, mudou. Daquela, na Galiza,
Catalunha e Euskal Herria as esquerdas independentistas partiam da tese de que
o Estado espanhol nunca aceitaria sob parámetros democráticos, processos de
autodeterminaçom.
Mais a fraqueza do Estado, mesmo na sua
funçom coercitiva, fijo que a estratégia de bloqueio do unionismo espanhol
passasse de ser um obstáculo a virar em potencialidade. É a negaçom de direitos
democráticos e a estratégia de bloqueio a que fai avançar com força, e nom
resistir, as reclamaçons soberanistas em Euskal Herria e a Catalunha!
Hoje o reino de Espanha é um Estado fraco.
Fraco por “dentro” e fraco por “fora”. Deslegitimado perante a cidadania que se
vê desposuída de direitos socioeconómicos adquiridos após muitos anos de luitas
obreiras e populares. Um sistema de partidos políticos esgotado (PP-PSOE somam
já menos de 50% de voto no conjunto do Estado segundo os últimos inquéritos de
intençom de voto) e umhas elites políticas corruptas. Mas também muito fraco no
cenário internacional: com cessom de soberania nacional que imaginamos chega
até onde digam os poderes financeiros que possuem a dívida pública contraída,
em boa parte, por assumir dívidas privadas: aqui os bancos e caixas com mençom
especial.
Em definitiva, os povos da Europa alumeam
novos Estados. E o povo galego, da mao das suas forças políticas, sindicais e
sociais, tem que abrir as portas deste processo. E penso que todos os amigos e
todas as amigas da democracia e do exercício da autodeterminaçom no nosso País
tenhem que estar desde o minuto zero contribuindo e sendo protagonistas de um
amplo movimento pola soberania nacional. Sem mimetismos com outras naçons. Sem
os setarismos do presente. Sem os timoratismos das direçons do passado." Aurélio Lopes – Galiza in “Galiza Confidencial” via “Diário Liberdade”
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