“A segunda edição da
Rota das Letras – Festival Literário de Macau acontece de 10 a 16 de Março de 2013 e
traz ao território mais de 30 escritores, editores, tradutores, jornalistas,
músicos, cineastas e artistas plásticos.
Este ano o evento
recebe um apoio ainda mais significativo do Instituto Cultural e da Fundação
Macau, que agora coorganizam o festival, ao lado do jornal Ponto Final.
Seguindo o modelo do
ano passado, o festival terá conferências e debates, bem como uma feira do
livro, exposições de artes plásticas, concertos e projecção de filmes.
O programa do
festival deste ano apresenta vários autores proeminentes da literatura chinesa
contemporânea, incluindo Bi Feiyu, vencedor de vários prémios literários da
China, bem como do Asian Man Booker Prize; Hang Shaogong, autor de “A
Dictionary of Maqiao” e tradutor dos escritos de Fernando Pessoa; Hong Ying,
uma das autoras chinesas mais reconhecidas internacionalmente; e Yi Sha, um
nome controverso na poesia chinesa contemporânea. Outros autores, como Sheng
Keyi, Qiu Huadong, Pan Wei, Wang Gan, Haung Lihai, Li Shao Jun e a poetisa
taiwanesa Xi Murong são também vozes bastante influentes da cena literária
actual – e todos eles estarão presentes no festival.
No que toca a autores
lusófonos, a Rota das Letras convida Dulce Maria Cardoso, uma das melhores
romancistas da sua geração; Rui Zink e Ricardo Araújo Pereira, que trabalham
com a linguagem e o humor de modos muito especiais; Francisco José Viegas,
antigo secretário de Estado da Cultura de Portugal, autor e editor; Valter Hugo
Mãe, recentemente vencedor do prémio Portugal Telecom, um dos galardões mais
prestigiados entre os conferidos a autores de língua portuguesa; a escritora e
jornalista Alexandra Lucas Coelho; o jornalista e tradutor Carlos Vaz Marques;
a editora da Tinta-da-China Bárbara Bulhosa e, com o apoio da Casa de Portugal,
a romancista Deana Barroqueiro.
José Eduardo
Agualusa, autor angolano e um dos mais conhecidos nomes entre os escritores
africanos de expressão portuguesa, também virá para o festival, tal como Luís
Cardoso, provavelmente a voz literária mais importante de Timor-Leste. Do
Brasil já estão confirmadas a presença do poeta Regis Bonvicino e do Director-geral
da Festa Literária Internacional de Paraty, Mauro Munhoz. Paloma e Cecília
Amado, filha e neta de Jorge Amado (1912-2001), um dos maiores romancistas
brasileiros de todos os tempos, vêm a Macau para uma homenagem ao autor. Será
exibido um documentário e um filme de ficção sobre a sua vida e um dos seus
livros, respectivamente.
Vários autores
locais, como a poetisa Fernanda Dias, Tong Mui Siu (汤梅笑), Chek In(寂然),Lou Mou (鲁茂) e Wong Man Fai (黄文辉)estão entre os
convidados do evento, representando a cena literária de Macau.
A Rota das Letras decidiu
também abrir-se gradualmente a outros escritores asiáticos e latinos, e é por
isso que este ano recebe os franceses Antoine Volodine e Claude Hudelot, que já
desenvolveram no passado afinidades com Macau, a China e o mundo lusófono.
Um dos pontos altos
da programação do festival será o lançamento do livro de contos sobre Macau. Na
primeira edição da Rota das Letras o público foi convidado a participar num
concurso de contos, que teve como júris alguns dos autores que nos visitaram:
Su Tong, José Luís Peixoto e Xu Xi, para as línguas chinesa, portuguesa e
inglesa, respectivamente. Dos mais de 30 contos recebidos, alguns foram
selecionados para publicação. Os vencedores serão anunciados na conferência de
imprensa do festival.
Estes contos serão
publicados ao lado daqueles escritos pelos autores convidados da edição do ano
passado – nomes como Lolita Hu, João Paulo Cuenca, Jimmy Qi, Rui Cardoso
Martins, Xu Xi e José Luís Peixoto. Este ano o festival convida novamente todos
os autores que visitam Macau a escrever sobre a cidade.
A Rota das Letras
terá alguns destaques no que toca ao cinema. O várias vezes premiado “A Última
Vez Que Vi Macau”, dos cineastas João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da
Mata, terá a sua pre-premiere chinesa no festival, antes de seguir para o
Festival Internacional de Cinema de Hong Kong. Este é provavelmente o filme
sobre Macau mais importante e mais premiado das últimas décadas.
Da China, o
realizador Wiseman Wang virá para mostrar “Journey to the South”, um ‘road
movie’ em que um camionista atravessa a China, rumando a sul e à província de
Guangdong, tentando fazer dinheiro para resolver problemas familiares.
O realizador Ivo
Ferreira também mostrará o seu novo filme, “Na Escama do Dragão”, durante o
festival; e o historiador e sinólogo Claude Hudelot apresentará “Hou Bo, Xu
Xiaobing, Mao’s Photographers”, documentário que co-realizou com Jean-Michel
Vecchiet.
Tal como no ano
passado, a música volta a ter um papel importante no festival. A mais
tradicional música portuguesa, o fado, estará representada na aclamada voz de
Camané. Dead Combo, um dos projectos musicais mais interessantes em Portugal e
que ganhou reconhecimento internacional depois de aparecer no programa de TV
“No Reservations”, de Anthony Bourdain, também está confirmado.
A Rota das Letras
terá ainda dois artistas em residência na Fundação Oriente: o chinês Chen Yu e
Theodore Mesquita, de Goa. Os dois pintores, com backgrounds muito diferentes,
vêm ao território com o mesmo propósito: criar trabalhos que reflictam a sua
experiência em Macau. Além das novas peças produzidas por cá, os autores irão
também expor trabalhos anteriores na galeria do piso térreo da Fundação
Oriente.
Outra exposição, com
curadoria da artista local Alice Kok, terá lugar no edifício do antigo
tribunal, onde vários artistas locais mostrarão os seus trabalhos sobre o tema
“Para além das Palavras”.
Em colaboração com a
Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, o festival espera estabelecer
uma relação mais forte com as escolas e universidades, dando aos leitores mais
jovens a possibilidade de estarem em contacto com os escritores convidados.
Este ano o festival
tem o apoio da Universidade de Macau, Pen Clube de Macau, Instituto para os
Assuntos Cívicos e Municipais, Turismo de Macau, Direcção dos Serviços de
Educação e Juventude, Sociedade de Artes e Letras, Instituto Português do
Oriente, Fundação Oriente, Macau Closer, Livraria Portuguesa e Casa de
Portugal, entre várias outras entidades públicas e privadas.” In “Rota das Letras –
Festival Literário de Macau” - Macau
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