O
novo canal do Panamá que tem inauguração prevista para o próximo ano (2014), no
centenário do primeiro, está a ser construído ao lado do actual e vai permitir
a passagem de navios de grande porte, os “post-panamax”.
Além
de melhorar as transacções comerciais entre Oriente e Ocidente, o canal também
irá reduzir a problemática da pirataria marítima, limitando a passagem de
navios no Estreito de Malaca e no corno de África, duas das principais regiões
onde regularmente se assiste a assaltos a navios mercantes.
A
terceira importante região onde a pirataria tem atuado é o Golfo da Guiné,
responsável por 19,5% dos ataques conhecidos em 2012, acontecendo o último,
nesta região, no dia 02 de Fevereiro de 2013, quando o petroleiro “Gascogne”
que partira do porto principal da Costa do Marfim, Abidjan, a 31 de Janeiro,
foi assaltado por piratas que se transportavam em pirogas nigerianas.
O
“Gascogne”, navio francês com bandeira luxemburguesa, tem 19 membros de
tripulação, sendo do Togo a naturalidade da maioria dos marinheiros a bordo e
transportava 3 mil toneladas de diesel. Em Janeiro, tinha sido assaltado um
navio com bandeira do Panamá, em pleno porto de Abidjan, o mesmo acontecendo em
Dezembro passado, com um navio de bandeira grega.
O
avolumar de investidas contra a livre circulação de navios e respectivas
mercadorias, tem preocupado as autoridades da região, onde se encontram dois
pequenos países da CPLP, São Tomé e Príncipe e a Guiné Bissau, além da Guiné
Equatorial país candidato.
Destes
três países, apenas a Guiné Equatorial começou a estruturar a sua marinha,
adquirindo navios de guerra que salvaguardem a sua soberania. Por seu lado, há alguns anos São Tomé e
Príncipe solicitou a Portugal um intercâmbio militar, que permitisse que a
colaboração portuguesa fosse dissuasora a um eventual cenário de invasão de
piratas da costa ocidental de África, mas até ao momento não tem havido
resposta das autoridades portuguesas.
Quem,
embora em situação económica também difícil, tem enviados forças da marinha
para formar os diversos corpos militares dos países desta região, é a Espanha,
que tem apoiado as forças locais na aprendizagem do combate à pirataria.
O
Atlântico Sul é cada vez mais, um oceano em que predomina o português e por
parte de cada um dos países que compõem a CPLP, deveriam começar a idealizar
uma estratégia de defesa marítima comum, numa área em que circulam mercadorias
da maioria dos seus estados membros. Baía
da Lusofonia
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