Nas décadas sessenta
e setenta do século XX havia muitos jovens que se iniciavam no mercado de
trabalho, uns, a grande maioria, por um imperativo de ajudar as famílias que
tinham dificuldades económicas, outros, um simples castigo por falta de
aproveitamento escolar.
Não era fácil para a juventude arranjar emprego, pois as entidades patronais não queriam
investir em pessoas, que passados uns anos, teriam de cumprir o serviço militar
obrigatório, que por ou muitas vezes ultrapassava os quatro anos.
Apenas algumas
empresas de topo, aceitavam estes jovens com 15, 16 e 17 anos, que ainda não
tinham completado o 2º ciclo do liceu e portanto, não tinham qualificações para
grandes desempenhos. Na Administração Pública entravam já com 18 e 19
anos, por vezes 20, que com um contrato precário, lá conseguiam arranjar o
almejado emprego na capital, longe das terras de origem na província.
O emprego que obtinham nas empresas, devido a não terem qualificações
apropriadas, era a de prestarem pequenos serviços, como se fossem “moços de
recados” enquanto não alcançavam os estudos necessários, para conseguirem uma carreira profissional.
A esse tipo de
emprego, o termo técnico aplicado pelas empresas da altura para classificar
estes jovens profissionais era de “Grumo”. Hoje, passados muitos anos, quando
se pretende fazer história, seja ela através de memórias, livros históricos, ou
apenas um curriculum profissional, há quem altere os nomes às coisas e agora a
um simples grumo, chamam de consultor ou assessor. Baía da Lusofonia
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