Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Grumo

 
Nas décadas sessenta e setenta do século XX havia muitos jovens que se iniciavam no mercado de trabalho, uns, a grande maioria, por um imperativo de ajudar as famílias que tinham dificuldades económicas, outros, um simples castigo por falta de aproveitamento escolar.

Não era fácil para a juventude arranjar emprego, pois as entidades patronais não queriam investir em pessoas, que passados uns anos, teriam de cumprir o serviço militar obrigatório, que por ou muitas vezes ultrapassava os quatro anos.

Apenas algumas empresas de topo, aceitavam estes jovens com 15, 16 e 17 anos, que ainda não tinham completado o 2º ciclo do liceu e portanto, não tinham qualificações para grandes desempenhos. Na Administração Pública entravam já com 18 e 19 anos, por vezes 20, que com um contrato precário, lá conseguiam arranjar o almejado emprego na capital, longe das terras de origem na província.

O emprego que obtinham nas empresas, devido a não terem qualificações apropriadas, era a de prestarem pequenos serviços, como se fossem “moços de recados” enquanto não alcançavam os estudos necessários, para conseguirem uma carreira profissional.

A esse tipo de emprego, o termo técnico aplicado pelas empresas da altura para classificar estes jovens profissionais era de “Grumo”. Hoje, passados muitos anos, quando se pretende fazer história, seja ela através de memórias, livros históricos, ou apenas um curriculum profissional, há quem altere os nomes às coisas e agora a um simples grumo, chamam de consultor ou assessor. Baía da Lusofonia

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