Trabalho pioneiro valeu a Cristina Barrias o Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa
A investigadora Cristina Barrias,
líder do grupo “Bioengineered 3D Microenvironments” do Instituto de
Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi
recentemente distinguida com o Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa
de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa. O
galardão destaca o trabalho pioneiro da investigadora na criação de tecidos
humanos vascularizados em laboratório, um dos principais desafios da medicina
regenerativa.
A investigação premiada, desenvolvida no i3S no âmbito do
doutoramento de Iasmim Orge e já publicada na revista Bioactive Materials, aborda um
dos maiores obstáculos da medicina regenerativa: a formação de redes vasculares
funcionais capazes de sustentar tecidos vivos. Através da combinação de
“unidades vasculares”, microtecidos formados por células humanas, foi possível
gerar redes de microvasos auto-organizadas, dando origem a tecidos
vascularizados criados em laboratório.
Esta tecnologia representa uma plataforma versátil, com
potencial de aplicação tanto na regeneração de tecidos e órgãos, como na
criação de modelos humanos avançados para o estudo de doenças e teste de novas
terapias. O trabalho abre, assim, caminho para estratégias terapêuticas mais
personalizadas e eficazes, aproximando a medicina regenerativa da prática
clínica.
Para Cristina Barrias, que coordenou toda a investigação,
“este prémio representa um reconhecimento extremamente importante para toda a
equipa, que tem trabalhado com grande dedicação para ultrapassar um dos maiores
desafios da medicina regenerativa: promover, através de abordagens de
bioengenharia avançada, a criação de redes microvasculares funcionais em
tecidos humanos, com aplicações que vão desde a terapia celular ao
desenvolvimento de órgãos artificiais”.
Ver este trabalho distinguido, continua a investigadora,
“reforça o valor da ciência feita em Portugal e motiva-nos a continuar a
apostar na transformação do conhecimento em soluções terapêuticas com impacto
real na vida dos pacientes”.
Segundo Liliana Bernardino, Presidente da Sociedade
Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), a atribuição do
prémio a este trabalho “reconhece não só a excelência científica desta
investigação, mas também o seu potencial transformador para o futuro da saúde,
ao avançar no desenvolvimento de redes de microvasos auto-organizadas
aplicáveis à regeneração de tecidos e à descoberta de novas terapias”. A
SPCE-TC, em parceria com a Crioestaminal, “congratula-se por distinguir um
trabalho que coloca Portugal na vanguarda da inovação e reforça a importância
de redes colaborativas capazes de gerar avanços científicos relevantes com
impacto na saúde”, acrescenta.
“Estamos convictos de que Portugal dispõe de um potencial
excecional para se afirmar como um polo de excelência científica, apoiado na
competência dos seus investigadores e na qualidade das suas instituições. A
Crioestaminal orgulha-se de apoiar iniciativas que constituem um contributo
relevante para a melhoria da qualidade de vida das populações e reforça a
importância da estreita ligação entre saúde e ciência na procura de novas
terapias», sublinha Mónica Brito, CEO da Crioestaminal.
Sobre o prémio
O Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa de
Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa tem
como objetivo a promoção da investigação na área da Medicina Regenerativa,
distinguindo para tal a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área
designada, da autoria de investigadores nacionais ou estrangeiros, total ou
parcialmente realizada em instituições portuguesas no ano anterior à sua
atribuição (2024).
O prémio consiste na atribuição de um valor pecuniário de
2.000 euros e na inscrição na Reunião Internacional da SPCE-TC 2025, no Porto,
onde o trabalho foi apresentado.
Para mais informações, consultar a
página do prémio. Universidade do Porto -
Portugal
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