Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Portugal - Investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde premiada por criar tecidos humanos vascularizados em laboratório

Trabalho pioneiro valeu a Cristina Barrias o Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa


A investigadora Cristina Barrias, líder do grupo “Bioengineered 3D Microenvironments” do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com o Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa. O galardão destaca o trabalho pioneiro da investigadora na criação de tecidos humanos vascularizados em laboratório, um dos principais desafios da medicina regenerativa.

A investigação premiada, desenvolvida no i3S no âmbito do doutoramento de Iasmim Orge e já publicada na revista Bioactive Materials, aborda um dos maiores obstáculos da medicina regenerativa: a formação de redes vasculares funcionais capazes de sustentar tecidos vivos. Através da combinação de “unidades vasculares”, microtecidos formados por células humanas, foi possível gerar redes de microvasos auto-organizadas, dando origem a tecidos vascularizados criados em laboratório.

Esta tecnologia representa uma plataforma versátil, com potencial de aplicação tanto na regeneração de tecidos e órgãos, como na criação de modelos humanos avançados para o estudo de doenças e teste de novas terapias. O trabalho abre, assim, caminho para estratégias terapêuticas mais personalizadas e eficazes, aproximando a medicina regenerativa da prática clínica.

Para Cristina Barrias, que coordenou toda a investigação, “este prémio representa um reconhecimento extremamente importante para toda a equipa, que tem trabalhado com grande dedicação para ultrapassar um dos maiores desafios da medicina regenerativa: promover, através de abordagens de bioengenharia avançada, a criação de redes microvasculares funcionais em tecidos humanos, com aplicações que vão desde a terapia celular ao desenvolvimento de órgãos artificiais”.

Ver este trabalho distinguido, continua a investigadora, “reforça o valor da ciência feita em Portugal e motiva-nos a continuar a apostar na transformação do conhecimento em soluções terapêuticas com impacto real na vida dos pacientes”.

Segundo Liliana Bernardino, Presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), a atribuição do prémio a este trabalho “reconhece não só a excelência científica desta investigação, mas também o seu potencial transformador para o futuro da saúde, ao avançar no desenvolvimento de redes de microvasos auto-organizadas aplicáveis à regeneração de tecidos e à descoberta de novas terapias”. A SPCE-TC, em parceria com a Crioestaminal, “congratula-se por distinguir um trabalho que coloca Portugal na vanguarda da inovação e reforça a importância de redes colaborativas capazes de gerar avanços científicos relevantes com impacto na saúde”, acrescenta.

“Estamos convictos de que Portugal dispõe de um potencial excecional para se afirmar como um polo de excelência científica, apoiado na competência dos seus investigadores e na qualidade das suas instituições. A Crioestaminal orgulha-se de apoiar iniciativas que constituem um contributo relevante para a melhoria da qualidade de vida das populações e reforça a importância da estreita ligação entre saúde e ciência na procura de novas terapias», sublinha Mónica Brito, CEO da Crioestaminal.

Sobre o prémio

O Prémio Crioestaminal & Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) em Medicina Regenerativa tem como objetivo a promoção da investigação na área da Medicina Regenerativa, distinguindo para tal a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área designada, da autoria de investigadores nacionais ou estrangeiros, total ou parcialmente realizada em instituições portuguesas no ano anterior à sua atribuição (2024).

O prémio consiste na atribuição de um valor pecuniário de 2.000 euros e na inscrição na Reunião Internacional da SPCE-TC 2025, no Porto, onde o trabalho foi apresentado.

Para mais informações, consultar a página do prémio. Universidade do Porto - Portugal


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