Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Brasil – Inaugurado maior parque solar da América do Sul

Ribeira do Piauí - A italiana Enel inaugurou em Ribeira do Piauí (PI), o Parque Solar Nova Olinda, a maior central elétrica solar já em operação na América do Sul. Com capacidade instalada de 292 Megawatts (MW) e investimento de cerca de US$ 300 milhões, o parque vai gerar energia suficiente para abastecer 300 mil residências.

Até o fim deste ano, a empresa vai inaugurar um novo parque, totalizando quatro empreendimentos de energia solar (no Piauí e na Bahia) no Brasil, com investimentos de quase US$ 1 bilhão. A nova usina tem contrato de venda de energia pelos próximos 20 anos e estimativa de retorno financeiro em metade deste prazo.

Nova Olinda tem 930 mil painéis solares espalhados por 690 hectares (equivalente a 700 campos de futebol) em pleno semiárido nordestino, onde a energia solar vem se expadindo no último ano. Já há projetos de várias empresas em estados da Bahia, do Ceará e no próprio Piauí. Mas a energia solar ainda tem participação modesta na geração de eletricidade no Brasil, com fatia apenas 1%.

Segundo o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fabio Alves, no entanto, a perspectiva é de forte crescimento daqui para frente. O planejamento para 2026 prevê crescimento de cerca de 50 mil MW na capacidade de geração de energia no país, dos quais metade será de fontes eólica ou solar. Não à toa a Enel fez do Brasil uma das apostas de crescimento do grupo em energias renováveis.

A grandiosidade dos números de Nova Olinda contrasta com o baixo número de geração de vagas na fase operacional. Durante as obras, chegou-se ao pico de 1.700 trabalhadores diretos, sendo 40% de mão de obra local. Mas serão apenas 40 a 50 pessoas na operação e manutenção do parque. Boa parte dessa atividade será intensiva em tecnologia, como robôs para cortar grama e limpar os painéis solares.

Placas importadas da China

O empreendimento da Enel teve financiamento do Banco do Nordeste, mas as placas foram importadas da China, não apenas por serem mais baratas que as nacionais, como também pela incapacidade de a indústria nacional atender a demanda dos novos parques.

— A China ganhou essa guerra e permitiu reduzir muito o custo dos projetos de energia solar. Os painéis representam hoje 30% do custo de um projeto. No passado, esse percentual era de 90%. Mas o Brasil pode agregar valor aos projetos com outras tecnologias — disse Antonio Cammisecra, responsável global da Enel Green Power, braço do grupo para energias renováveis.

Os painéis se movem acompanhando o movimento do sol, como se fossem girassóis e captam a irradiaçao solar, que é transformada em energia. Esta, então, é levada por cabos subterrâneos a uma subestação no próprio parque e, de lá, segue por 47 quilômetros de linhas de transmissão até uma subestação da Chesf, onde é lançada no sistema interligado.

Por se tratar de uma energia limpa, estima-se que o novo parque solar vá evitar a emissão de aproximadamente 350 mil toneladas de CO2 na atmosfera, segundo a Enel. O conglomerado tem investido fortemente em energias renováveis. Ao todo, tem capacidade instalada em renováveis de cerca de 2.276 MW no Brasil, dos quais 670 MW de energia eólica, 716 MW de energia solar e 890 MW de energia hidrelétrica. Há ainda projetos de 275 MW de capacidade em construção.

Consolidação da distribuição

No Brasil, o grupo é dono da antiga Ampla, responsável pela distribuição de energia em 66 cidades do estado do Rio de Janeiro. Também controla a distribuidora do Ceará (ex-Coelce) e comprou recentemente a Celg, em Goiás. Segundo o presidente da Enel no Brasil Carlo Zorzoli, há interesse em participar da consolidação do mercado de distribuição no Brasil

— Já provamos sermos players no mercado de consolidação da distribuição no Brasil. Queremos fazer parte desse fenômeno — disse Zorzoli, sem dar detalhes sobre quais as empresas estariam na mira.

A Eletrobras vai privatizar suas distribuidoras, entre elas a Cepisa, no Piauí. A Enel é apontada como forte candidata à compra. Danielle Nogueira – Brasil in “O Globo”

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