Com 200 horas de programação
totalmente gratuita, acontecerá em São Paulo entre os dias 12 e 15 de novembro
de 2015 o 1.º Emil – Encontro Mundial da Invenção Literária. A abertura será no
dia 11 de novembro, num evento especial no Museu da Língua Portuguesa, do qual
participarão os organizadores, autoridades, escritores e convidados. O Emil
será realizado em cerca de 35 locais da cidade de São Paulo, entre 25 livrarias
e 10 equipamentos públicos, como centros culturais, bibliotecas públicas e
teatros.
O objetivo do Emil, uma
iniciativa comum da Academia Paulista de Letras (APL), Câmara Brasileira do
Livro (CBL) e Associação Nacional de Livrarias (ANL), com apoio da Prefeitura
de São Paulo, além de diversas parcerias e patrocínios, é estimular o hábito de
leitura em todas as idades, promover a cidadania e fortalecer a criação de um
Estado leitor. Com uma programação totalmente gratuita ao público, o EMIL
contará com mesas de criação e leitura, saraus e sessões de contação de
histórias, que permitirão diferentes formas de abordagem, abrangendo todos os
perfis de público.
José Luís Peixoto |
A programação contará com a
participação de 12 autores internacionais: Alberto Santos – Portugal, Inés
Bortagaray – Uruguai, Wole Soyinka – Nigéria, Eduardo Halfon – Guatemala,
Teolinda Gersão – Portugal, José Eduardo Agualusa – Angola, Yun Dong-jae –
Coreia do Sul, Felipe Polleri – Uruguai, Rodrigo Frésan – Argentina, Taran
Matharu – Inglaterra, Julián Herbert – México e José Luís Peixoto – Portugal.
Entre os autores nacionais
estão Maurício de Sousa, Ruth Rocha, Laerte, Alberto Mussa, Bernardo Kucinski,
Andrea del Fuego, André Vianco, Cristovão Tezza, Heloisa Seixas Marçal Aquino.
São 105 escritores nacionais e 12 internacionais confirmados, entre eles o
prêmio Nobel de Literatura de 1986 Wole Soyinka.
De Portugal há os escritores
Alberto S. Santos, Teolinda Gersão, autora de “Árvore das Palavras” e José Luís
Peixoto, que escreveu os romances “Morreste-me” e “Cemitério de Pianos”. O objetivo,
diz Manuel Costa Pinto, curador do 1.º Emil é ter representantes dos quatro
cantos do mundo. Da Ásia, por exemplo, vem o coreano Yun Dong-Jae, autor
infanto-juvenil que escreveu “O Guarda-chuva Verde”.
Desta forma, o EMIL deverá estreitar o contato do
livro com os públicos infantil, jovem, adulto e idoso, amplificando o poder
formativo e educacional da literatura, além de valorizar o papel de dois
pilares fundamentais do circuito literário: professores e livreiros, na
qualidade, respectivamente, de agentes de incentivo à leitura e de difusão do
livro.
Para estimular a relação dos
professores com o livro e livrarias, a Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo irá distribuir quase 80 mil vouchers
para os profissionais da rede pública municipal, professores, gestores, corpo
técnico e de apoio. O Voucher Educador, no valor de R$ 50,00, é uma das ações
do Programa Leia, São Paulo!, da Secretaria Municipal de Educação, em parceria
com a Associação Nacional de Livrarias - ANL. O prazo para a troca do voucher
por livros se dará entre 01/11/2015 e 31/12/2015.
Luiz
Torelli, presidente da CBL, considera que eventos como o Emil
visam “construir, articular e potencializar o incentivo à leitura, entendendo-a
no seu sentido mais amplo, como um processo de compreensão abrangente da
realidade e que se apresenta em várias linguagens. A leitura vai, portanto,
além do texto, e começa ainda antes do contato com ele. Processo dinâmico, ler
implica diálogo entre o leitor e o objeto lido, seja este um texto escrito, uma
paisagem, uma canção, ou, o próprio cotidiano que nos envolve”.
Gabriel
Chalita, Secretário de Educação do Município de São Paulo e
presidente da Academia Paulista de Letras (APL), é um dos maiores entusiastas
do Emil. Ele acredita que o movimento deve ter amplo interesse por conta de sua
formatação, que consiste na simultaneidade de eventos em várias livrarias da
cidade. Além disso, diz ele, há a relevância de autores nacionais e
estrangeiros que estão sendo convidados. Sobre os vouchers, ele entende que o
professor que lê tem seu trabalho em sala de aula facilitado. “Com o voucher o
professor vai a uma livraria e escolhe um livro segundo sua preferência, sem
nenhuma imposição por parte da secretaria”.
Para Chalita, o Emil será uma excelente oportunidade de o público ter
contato com seus autores e se envolver ainda mais no universo dos livros.
“Queremos que o Emil atue como mola propulsora de estímulo à leitura, por isso
o caráter amplo e de difusão do livro e das livrarias”.
O 1.º Emil tem curadoria do
jornalista e crítico literário Manoel da
Costa Pinto e de Manoela Leão, produtora cultural e designer gráfico e
editorial. Manoela idealizou e dirige o Litercultura Festival Literário em
Curitiba há três anos e participa de outras iniciativas culturais ligadas à
literatura desde 2009, como edição, pesquisa, produção de eventos e curadoria
em Curitiba, São Paulo, Recife e Florianópolis. Costa Pinto, foi um dos
criadores da revista Cult, editou por vários anos uma coluna de literatura na
Folha de S. Paulo, foi curador da Flip – Festa Literária Internacional de
Paraty em 2011.
Segundo Costa Pinto, o Emil terá cerca de 100 escritores nacionais e 10
estrangeiros. Ele adiantou os nomes de Paulo
Lins, Michel Laub, Raimundo Carrero, Rubens Figueiredo e do angolano José
Eduardo Agualusa. “Teremos autores consagrados e escritores pop. O Emil
traz para a maior metrópole do País o formato das festas literárias, com
encontros informais do público com os escritores e uma programação de saraus e
leituras. Mas existem duas diferenças importantes. A primeira é a escala
inédita do encontro, com cerca de 20 atividades diárias e muitos escritores
brasileiros e internacionais. A segunda é o fato de o Emil acontecer numa
grande cidade – ou seja, não exige o deslocamento e a disponibilidade de tempo
para viajar que as outras festas literárias supõem. Nesse sentido, o Emil tende
a atingir um público mais heterogêneo e de forma mais democrática, inclusiva”,
acrescentou Costa Pinto.
Segundo Manoela, se a
literatura não é discutida, as pessoas acabam perdendo o interesse por ela. “O
Emil coloca a leitura em evidência e por isso tem grande papel como modificador
do comportamento e da compreensão cultural e social do hábito de ler. Fazer
isso em uma escala como o evento se propõe, traçando um panorama tão vasto da
invenção literária atual, torna o evento ainda mais essencial para a cidade”.
Para ela, o Emil tem tudo para se firmar no calendário cultural de São Paulo.
O Emil é realizado de forma conjunta pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Academia Paulista de Letras (APL),
Associação Nacional de Livrarias (ANL), Abrelivros, escolas, universidades,
consulados e governos Federal, Estadual e Municipal. Por isso, o Emil
acontecerá simultaneamente em vários locais, cuja programação poderá ser
acessado através da ligação no fim do texto.
Entre os patrocinadores
estão o Iguatemi Empresa de Shopping
Centers S.A., Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Itaú
Cultural.
Os parceiros do projeto são APL, ANL, CBL, Governo do Estado de São
Paulo - através da Secretaria da Cultura, Prefeitura Municipal de São Paulo -
por meio das secretarias de Educação e Cultura, Abrelivros e Folha de S. Paulo.
In “Academia Paulista de Letras” - Brasil
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