O Brasil deve alcançar, em
2016, a segunda ou terceira colocação no ranking dos países que mais investem
no aproveitamento dos ventos como fonte de energia, subindo ainda para a sexta
posição mundial em capacidade instalada. Esse é o prognóstico da presidenta
executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Silva Gannoum,
apresentado na passada quinta-feira, 28 de Maio de 2015, no 12º Encontro
Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), aberto no dia 27, no Rio de
Janeiro, pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
No ano passado, o Brasil foi o
quarto país do ranking, em termos de aumento da capacidade eólica, atrás da
China, Estados Unidos e Alemanha, com expansão de 2,5 gigawatts (GW) de
energia. Já em relação à capacidade instalada, ocupava o décimo lugar, com
ganho de três posições em relação ao ano anterior.
Atualmente, 262 usinas eólicas
estão em atividade no Brasil, somando capacidade instalada de 6,56 GW,
suficiente para abastecer uma cidade do porte de São Paulo. Elbia disse que até
o final de 2015, o setor alcançará 10 GW de capacidade instalada. Até 2019,
serão 18 GW, sem contar os leilões que vão ocorrer. Mais 3 GW estão sendo
contratados no momento, e a presidenta da associação acredita que nos próximos
leilões – A-3 e leilão de reserva, programados para 21 de agosto e 13 de
novembro – poderão ser vendidos de 3 a 4 GW a mais.
Complementar à matriz
hidráulica, como as demais fontes renováveis, a energia eólica mostra tendência
de expansão, de acordo com Elbia. “A tendência do Brasil é expandir sua matriz
a partir das fontes complementares. Nós temos as renováveis complementares e as
complementares termelétricas, que além de poluentes são mais caras”,
acrescentou.
Ela advertiu, entretanto, que
o Brasil não pode deixar de investir nas usinas térmicas, porque esses
empreendimentos contribuem para a segurança do sistema elétrico nacional. “Uma
tendência de matriz futura, com o nível de hidrelétrica atual e uma tendência
de crescimento das renováveis complementares, puxadas pela eólica, e com alguma
participação termelétrica, é um sinal do governo para garantir a segurança
básica do sistema”, ressaltou.
Com a capacidade instalada de
6,56 GW, o setor de geração eólica consegue reduzir as emissões de 11,6 milhões
de toneladas de gás carbônico, nas contas de Elbia Gannoum, e ela estima que em
2019, ao alcançar 18 GW, serão cerca de 30 milhões de toneladas de gás
carbônico que deixarão de ser emitidas na atmosfera. “Mais ou menos três vezes
o que temos hoje”, destacou. Alana
Gandra – Brasil in “Agência Brasil”
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