Caetano
Bus. Os autocarros a diesel já eram. Apresentamos os elétricos E.Cobus
Começaram a desenvolver um
sistema de transformação de veículos a diesel em elétricos. Mais ecológicos e
silenciosos, os portugueses E.Cobus já estão em aeroportos alemães, a caminho
da Bélgica e com promessas - e ambições - de conquistar o mundo inteiro.
É um antes e depois à
maneira ambiental, para reduzir a pegada ecológica e aumentar a eficiência dos
veículos. A portuguesa Caetano Bus quer transformar a maneira como os
aeroportos olham para os seus autocarros. Para isso, criou o E.Cobus, um
autocarro normal, a diesel, convertido em amigo do ambiente, isto é, um
ex-diesel transformado em elétrico.
A história da Caetano Bus
começa em 1946, ano da fundação da empresa que lhe deu origem. "Foi a
primeira do grupo Salvador Caetano. Começou por fazer autocarros numa
instalações em Gaia, perto da estação. E, em termos de linhas históricas, de
orientação, sempre foi uma empresa, por força do papel do nosso fundador, muito
virada para a inovação e para a qualidade", esclarece Jorge Pinto,
administrador da Caetano Bus.
E se em 1955 começou a dar
que falar pela introdução do primeiro autocarro em aço existente em Portugal -
quando todos produziam carroçarias de madeira -, em 1967 a vocação inovadora
feita em Portugal crescia além-fronteiras e a empresa começava a vender em
Inglaterra, que se mantém até hoje como um dos mercados de referência.
Em 2009, "em pleno
choque" da crise económica, a empresa decidiu que a estratégia para o
futuro passava por enveredar pela mobilidade elétrica. Nesse ano, conta Jorge
Pinto, "fomos convidados - ainda que depois não se tenha concretizado - a
fazer com a Carris uma conversão de veículos a diesel para veículos
híbridos". A iniciativa partiu da Siemens, que tinha levado a cabo um
processo idêntico em Barcelona, através da conversão de cerca de cem unidades.
O projeto não avançou mas a
empresa começou a fazer as primeiras experiências na área e, há cerca de dois
anos, o raciocínio passou por uma realidade concreta: a existência de 3000
Cobus espalhados pelo mundo. "Sabemos que há em várias regiões, vários
países a direcionar-se para o verde, para uma realidade limpa. Os aeroportos
estão muito conscientes disso mas não têm grande campo de manobra porque,
tirando as linhas aéreas, o que faz a emissão de CO2 nos aeroportos é o
aquecimento dos terminais, a luz e os meios de tração e de transporte",
esclarece o responsável.
Sabendo disso - e tendo em
conta a frota existente -, surgiu a ideia de converter parte dessa frota e
apresentar uma solução que permitisse colocar veículos convertidos em
mobilidade por um custo razoável. O protótipo foi um carro de 2007, que esteve
em Lisboa a fazer demonstrações. Produziram mais dez. "Acabámos por
receber a primeira encomenda de seis carros para Estugarda e quatro para
Genebra, que vamos fornecer até ao final do ano. E temos manifestações de
interesse de vários aeroportos", conta. A transformação de um veículo
custa cerca de 350 mil euros e inclui a modificação do sistema de tração de
diesel para elétrico, assim como uma remodelação do carro e um redesign.
"Uma coisa que não foi pensada à partida mas que se torna cada vez mais
importante é o facto de meios de transporte a diesel serem barulhentos. O
elétrico tem a vantagem de não fazer barulho. Para Genebra, dois deles são em
versão VIP, com menos bancos, mais conforto."
Com cerca de 600
trabalhadores, a Caetano Bus opera sobretudo por projeto e faturou 50 milhões
de euros em 2014, um valor ainda abaixo do de 2007, altura em que a faturação
rondava os 65 milhões. Mas as perspetivas são de crescimento, com os mercados
da China, Vietname, Rússia, Índia, Estados Unidos e América Latina à cabeça. "Isto
é o início", garante o administrador. In
“Dinheiro Vivo/ Diário de
Notícias” - Portugal
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