A República do Irão, na verdade o governo teocrático islâmico iraniano, proibiu a viagem a Berlim aos dois cineastas realizadores do filme Meu Bolo Preferido, selecionado para a competição principal de longas-metragens, no próximo 74, Festival Internacional de Cinema de Berlim. A cineasta Maryam Moghaddam e o cineasta Behtash Sanaeeha tiveram seus passaportes confiscados e enfrentam processos relacionados com suas atividades como artistas e cineastas
Governo
iraniano impede viagem e quer processar cineastas realizadores do filme
selecionado para o Festival de Cinema de Berlim
O
filme Meu Bolo Preferido é uma coprodução feita no Irão com o apoio da França,
Alemanha e Suécia. O Irão, país que
inexplicavelmente goza atualmente da simpatia da esquerda brasileira, exerce
uma censura rigorosa contra seus artistas e já prendeu três importantes
cineastas Jafar Panahi, Mohammada Radoulof e Mostafa al-Ahmad (premiados nos
festivais de Berlim, Cannes e Veneza) a pretexto de fazerem com seus filmes
propaganda contra o regime (um regime islâmico totalitário) e ativismo
anti-revolucionário.
A
República teocrática islâmica do Irão, na qual se aplica a pena de morte a
mulheres que não colocam corretamente o véu na cabeça, citada inexplicavelmente
como exemplo em importantes redes sociais de esquerda, lembra, na sua relação
com o mundo do cinema, o regime de censura aplicado no Brasil durante a
ditadura militar.
O Festival Internacional de Cinema de Berlim apela em
favor da liberdade
A
Berlinale, Festival Internacional de Cinema de Berlim, apela pela liberdade de
viagem e liberdade de expressão para os cineastas Maryam Moghaddam e Behtash
Sanaeeha.
A
Berlinale teve recentemente o prazer de anunciar que o filme iraniano Meu Bolo
Preferido (My Favorite Cake), de Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha, será
exibido em competição na 74ª Berlinale.
Entretanto,
logo a seguir, o festival soube ter sido imposta uma proibição de viagem aos
cineastas realizadores iranianos Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha. Os seus
passaportes foram confiscados e enfrentam ações legais relacionadas com o seu
trabalho como artistas e cineastas.
A
Berlinale está fundamentalmente comprometida com a liberdade de expressão, bem
como com a liberdade artística para todas as pessoas no mundo. O Festival de
Berlim está chocado e consternado pelo fato de Moghaddam e Sanaeeha terem sido
impedidos de viajar para o festival, onde deveriam apresentar o seu filme e
encontrar o público internacional.
A
dupla de dirigentes da Berlinale, Carlo Chatrian e Mariëtte Rissenbeek, divulgou:
“Apelamos às autoridades iranianas para que devolvam os passaportes e levantem
todas as restrições que impedem Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha de viajarem
a Berlim do 15 ao 25 de fevereiro para se juntarem aos outros cineastas para
apresentar seu novo filme Meu Bolo Preferido (My Favorite Cake) a produtores,
diretores internacionais e talentos do cinema como parte da competição
Berlinale de 2024.”
O
filme anterior de Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha, Ballad of a White Cow,
foi exibido em competição na Berlinale em 2021, quando foi aclamado como um
favorito do público. O filme Meu Bolo Preferido foi apoiado pelo Berlinale's
World Cinema Fund e participou anteriormente como projeto no Berlinale
Co-Production Market 2020, onde ganhou o prestigiado Eurimages Co-Production
Development Award. Rui Martins – Suíça com Press Berlinale
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