Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 3 de março de 2025

Macau - Fotografia e desenho unem-se numa reflexão sobre a transformação urbana da Região

Imagens traçadas com luz e tinta. Obras de fotografia e desenho dos arquitectos Nelson Silva e João Nuno Marques convidam o público a reflectir sobre a efemeridade e a constante metamorfose do espaço urbano. A exposição “Framing a Future Past”, com curadoria de Sara Neves, será inaugurada na Creative Macau a 20 de Março, às 18h30, estendendo-se até 17 de Abril



Na intersecção entre memória e inovação, forma-se o núcleo da exposição “Framing a Future Past”, que será apresentada na Creative Macau entre 20 de Março e 17 de Abril. Com uma curadoria sensível a avanços culturais por parte de Sara Neves, esta mostra expõe as interpretações artísticas de dois arquitectos locais, Nelson Silva e João Nuno Marques, cuja obra convida a um mergulho reflexivo sobre a evolução incessante da cidade.

Macau, um território caracterizado pela sua riqueza cultural e histórica, é, ao mesmo tempo, um local em permanente transformação, segundo a descrição desta equipa de artistas. “Framing a Future Past” propõe um olhar atento sobre este fenómeno. Através da lente de Silva e o traço de Marques, as obras expostas ganham vida, transformando-se em crónicas visuais que capturam não apenas a estética do espaço urbano, mas também a narrativa histórica que subjaz a cada esquina, edifício e rua.

Nelson Silva, arquitecto e fotógrafo, traz para a mostra uma perspectiva íntima e poética. A sua formação em Arquitectura pela Universidade do Minho, associada a uma experiência transformadora na Noruega, enriqueceram a sua capacidade de observar e registar a vida quotidiana de Macau e as nuances do espaço habitável. As suas fotografias não são meros registos, mas sim interpretações que revelam a co-existência da natureza e da urbanidade. O segundo lugar no Concurso de Fotografia Arquitectónica de Macau em 2024 foi um reconhecimento do seu talento, mas, mais que tudo, das suas narrativas visuais que falam sobre as transformações da cidade sob uma perspectiva única.

Já João Nuno Marques destaca-se pelo seu enfoque na ilustração e no desenho como ferramentas de registo da realidade. Formado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, traz consigo uma bagagem cultural adquirida em vários países. Os seus desenhos, que documentam a paisagem urbana e o pulsar cultural da cidade, vão além da técnica. Reflexões que capturam a leveza dos momentos efémeros, e a essência da cidade em constante mudança. Através do traço, Marques transforma o que poderia ser fugaz em eternidade, permitindo que os visitantes da exposição experimentem uma nova forma de ver e sentir.

A curadora Sara Neves tem uma abordagem que combina a sensibilidade estética com uma leitura crítica da cidade. Ao organizar “Framing a Future Past”, Neves propõe um espaço de diálogo onde as transições urbanas são discutidas através da arte. A sua intenção é que os visitantes não só vejam, mas sintam a multiplicidade de Macau, reflectindo sobre o que foi, o que é e o que pode vir a ser.

Ao visitarem esta exposição, os participantes são convidados a fazer uma introspecção sobre a efemeridade das coisas, uma temática cada vez mais pertinente num mundo em constante evolução. As obras de Silva e Marques, embora distintas, criam um diálogo interpessoal intrínseco, refletindo a maneira como a arte pode ser um meio poderoso de reflexões além do visível.

Com a inauguração à vista, “Framing a Future Past” promete ser uma experiência enriquecedora que contribuirá para a valorização do património urbano de Macau, enquanto encoraja um diálogo sobre as suas transformações contínuas. Elói Carvalho – Macau in “Ponto Final”


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