Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 4 de junho de 2017

Aquele Inverno



















Vamos aprender português, cantando


Heihei.
Heihiihei

Há sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem.
daquele Inverno, naquele inferno.

Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação naquela missão.

Combater na selva sem saber porquê
e sentir o Inverno a matar alguém
e quem regressou, guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão.
Sem razão... Sem razão...

Há sempre a palavra
a palavra "nação"
Os chefes trazem e usam
Pra esconder a razão
Da sua vontade, aquela verdade.

Para eles aquele Inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento, naquele tormento.

Perguntei ao céu: será sempre assim?
Poderá o Inverno nunca ter um fim?
Não sei responder, só talvez lembrar
o que alguém que voltou a contar... recordar...
Recordar...

Perguntei ao céu: será sempre assim?
Poderá o Inverno nunca ter um fim?
Não sei responder, só talvez lembrar
o que alguém, que voltou a contar.


Resistência, Miguel Ângelo - Portugal





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