"Começarei pedindo
desculpa aos Eslavos dos quais sou mestiça: embora seja ucraniana, sou também
grega. (Logo na abertura do vídeo é mostrado o presidente Donald Trump dizendo
que ama muito os Gregos, ao lado de autoridades gregas.) Também enquanto geralmente
tenho em mente Eslavos que se sentam bebendo, usando trajes esportivos,
divertindo-se com minhas tagarelices, este vídeo é dedicado aos meus
compatriotas Gregos. Francamente, não sei se é por exaustão após a crise
econômica, os bailouts ¹, a austeridade e todo o inferno que deixaram para trás
lá, parece que todos os analistas no Ocidente falam constantemente da morte da
França, da Alemanha e da Suécia pela globalização islâmica e esqueceram-se da
Grécia. (Aqui é mostrado um gráfico sobre as taxas de desemprego na Grécia,
sendo de 50% para os gregos bem jovens (entre 15 e 24 anos de idade), 33%
(entre 25 e 34 anos), 24% (entre 35 e 44 anos), 21% (entre 45 e 54 anos) e 19%
(entre 55 e 64 anos).)
Se me permitem, em cinco
minutos lhes direi porque o meu coração se despedaça pela Grécia. Esta semana,
os Gregos por toda a parte festejam o Dia de sua Independência e um dia eu
também fui uma das que festejou. Neste ano, porém, recusei-me a fazê-lo. Porquê?
Não porque não respeite a história do nosso país, mas porque estou convencida
de que a verdade é que os Gregos não são mais independentes. A Grécia perdeu a
sua independência. A irônica injustiça é evidente, pense nisso.
Então, os Gregos festejam o Dia
de sua Independência. Com poucas palavras, os patriotas gregos combateram e
venceram na Revolução contra as dinastias muçulmanas turcas. Antes de sua
independência, os Otomanos exerciam domínio sobre os Gregos com seu punho
islâmico de ferro, estabelecendo um regime de "apartheid" e
escravizando populações inteiras de nossos antepassados durante 400 anos. Por
cerca de 10 anos aconteceu a guerra da Independência com massacres completos de
Gregos na Jônia, em Creta, em Constantinopla, na Macedônia, nas ilhas do Egeu e
noutros locais onde sucederam. Comunidades inteiras, por toda a Grécia, foram
exterminadas. Um banho de sangue foi derramado em nome da Independência dos
Gregos pelos Turcos muçulmanos. Finalmente, quando os Turcos foram depostos do
poder, os Gregos iniciaram uma nova era de desenvolvimento e de inabalável e
corajoso nacionalismo, em grande parte graças aos esforços da Igreja Ortodoxa.
Não quero sobrecarregá-los com muito mais história.
Mas gostaria de lhes dizer
isso: os Gregos possuem muitas coisas pelas quais podem se orgulhar, uma longa
história de milênios. A Grécia foi o berço da Civilização Ocidental, com feitos
magníficos na administração, onde nasceu a Democracia afinal, as Ciências, a
Matemática, a Filosofia, a Arquitetura e as Artes, a maioria das quais
influencia as nossas vidas hoje; (cabe ainda mencionar) as suas montanhas e o
Mediterrâneo e sua comida e sua base de nível moral que intensificaram o
patriotismo helênico.
Mas, hoje, é uma história
diferente. Certamente os Gregos continuam a amar a sua história e seu país, mas
a verdade é que a Grécia não é mais deles. Eles a venderam e permitiram que ela
fosse invadida. A independência grega é um fantasma oco do nosso passado que
todo ano encaramos como outra realidade que nos assombra, realidade na qual os
Gregos outrora independentes viraram escravos de novo. Sim, escravos de uma
dívida por um Império que possui de novo distintivamente um matiz islamofílico.
Agora, (convido-os a) uma
rápida olhadela no assunto econômico. Não tomarei muito tempo: a Eurozona
entrou na previsível crise sistêmica, num esforço de unir 19 países com
diferentes políticas fiscais, com diferentes indicadores de desemprego, com
lacunas por toda a parte, parece também ter fracassado em possuir simbolismos comuns
e ter algumas pontes neutras sobre seus papéis-moeda. Segue a incapacidade da
Grécia de conformar-se a seguir as cláusulas mais loucas do plano de socorro
financeiro que jamais se viram; a Grécia continuamente o violou do lado
econômico. (Nesta altura, aparece um cartaz no canto superior direito do vídeo
com os dizeres, recomendando sua leitura: "Grécia: um País à Venda",
por Eleni Portaliou ² - Subtítulo: Alexis Tsipras e seu governo do partido
Syriza têm supervisionado as privatizações numa escala nunca vista desde a
reunificação alemã.)
Depois de anos de cláusulas
anti-helênicas que o governo do Syriza subscreveu (e a Nova Democracia antes
dele), os memorandos entregam os recursos nacionais da Grécia pelo século
seguinte a mãos estrangeiras. Os estrangeiros controlarão a eletricidade, as
comunicações, a água, os portos, inclusive o de Piréus, os meios de
transportes, marinas e todos os aeroportos, bens turísticos e públicos,
estradas, gás natural e petróleo e quaisquer outras fontes de recursos nacionais.
Graças ao FMI, ao Banco Central Europeu, à União Europeia e aos traidores do
governo grego, que se tornaram as prostitutas de luxo dos agiotas estrangeiros,
a Grécia perdeu a soberania econômica e nacional.
O país não é independente: foi
convertido num protetorado de potências estrangeiras, no qual os agricultores,
os criadores de gado, os produtores locais afinal pagam o preço de cortes de
aposentadorias e os impostos de consumo sobem até mesmo 25%.
Então, com toda a franqueza,
com o verão se aproximando, não me incomoda tanto a escravidão da dívida quanto
a imigração. A Grécia se transformou no gueto regional de imigrantes ilegais.
Graças à chanceler Angela Merkel, à super-potência da União Europeia e aos
infiéis membros vendidos do Parlamento grego, a Grécia acabou sendo um depósito
de imigrantes clandestinos. (Nesta altura do vídeo é mostrada a imagem de
Merkel sobrepondo-se a todo o continente europeu.) Por causa da localização em
que se encontra a Grécia, é o ponto de entrada principalmente de homens
mulçumanos, que aceitaram o convite de Merkel, para os abonos europeus
oferecidos pelo Estado-Providência ³. (Nesta altura, o vídeo mostra o mapa do
Mediterrâneo, pondo a Grécia com suas ilhas em relevo.)
Sabem? Há dois anos atrás,
tive a intenção de visitar as ilhas de Samos ⁴ e Lesbos ⁵, na companhia de meu
pai, e fomos comprar os bilhetes do navio no guichê. A pessoa lá nos disse:
"Oh, não, tomara que vocês não vão lá... agora as pessoas lá fazem as suas
necessidades na rua... toda a ilha foi destruída... pode ser que os ataquem...
nem os nativos querem estar ali... não é um bom lugar para turistas..."
Isso aconteceu há dois anos. Hoje, Lesbos, Kós, Samos, Leros, Kálymnos, Rodes,
Syme, Chios, Agathonísi, todas essas ilhas foram completamente ocupadas. Elas
são algumas das mais lindas ilhas, não só do país, mas também do mundo. Ilhas,
que floresciam com o turismo, a base da economia grega, agora se tornaram míni
Sírias e Afeganistão. Isso não é independência. Isso é um império muçulmano. Isso
é uma conquista muçulmana por meio da migração clandestina, que o governo grego
consentiu sob as ordens da Alemanha e da União Europeia. Sim, é uma história
deprimente, se tu és Grego como eu. Então é duplamente deprimente.
Então, existe uma esperança no
horizonte? É possível no assunto da migração. Esta semana, o ministro grego de
migração (Yannis Mouzalas) advertiu a União Europeia de que a Grécia não pode
lidar com mais imigrantes. Mas vocês podem estar pensando: daqui a pouco,
afinal de contas, (tudo estará resolvido, pois) esses imigrantes simplesmente
passam pela Grécia, dirigindo-se a países mais ricos ao Norte e Oeste da
Europa. Não exatamente. Berlim agora está assinalando que quer regressar à
controversa Convenção de Dublin, que, quando aplicada, manda os migrantes à
responsabilidade do primeiro país de entrada. Se vocês sabem geografia, isso
significa "o fim da Grécia". Os imigrantes que chegam à Alemanha ou à
Suécia através da Grécia, se não receberem o asilo que eles procuram daqueles
países, então, de acordo com a Convenção de Dublin, têm que ser restituídos à
Grécia em vez de gozar naqueles países de sua procedência. Este é um sistema
totalmente monstruoso que sucumbirá imediatamente na próxima tempestade de imigrantes.
Então, minha mensagem para os
Gregos e para o governo grego: Como essa semana lembramos nossa perdida
independência, digam NÃO à Convenção de Dublin. Digam à chanceler Merkel que os
imigrantes que vêm à Europa, fiquem lá porque os convidou, de modo a mantê-los.
Oxalá os Gregos tivessem saído da União Europeia quando tiveram a oportunidade.
Oxalá pudéssemos reivindicar nossa soberania nacional, a posse de uma das mais
belas porções da terra e do mar no planeta. É hora de pararmos de fingir. É hora
de pararmos de viver no passado. É hora de seguirmos o exemplo dos nossos
ancestrais, olharmos nossos conquistadores nos olhos e dizermos: NÃO! E então
talvez venha o dia que possamos festejar, de verdade, o dia da nossa
independência de novo. Faith Goldy –
Ucrânia Tradução:
Francisco José dos Santos Braga - Brasil (bragamusician.blogspot.com)
Para mais informações aceda aqui.
NOTAS EXPLICATIVAS, pelo tradutor Francisco José
dos Santos Braga
¹ "Bailout"
é uma palavra inglesa que, em economia e finanças, significa uma injeção de
liquidez dada a uma empresa, banco ou governo falido ou próximo da falência a
fim de que possa honrar seus compromissos de curto prazo.
³ Ou
Estado social, ou Estado de bem estar social. Welfare State, em inglês.
⁴ Ilha grega no leste do mar
Egeu. Segundo o geógrafo Pausânias, em visita à ilha no século II d.C., ouviu
os nativos dizerem que ali tinha nascido a esposa de Zeus, Hera (Descrição da
Grécia, 7.4.4), razão por que havia na ilha um santuário muito antigo dedicado
à deusa. Também foi o local de nascimento de Pitágoras (⭐︎ ilha de Samos, c. 570 a.C.-✞ ilha de Crotona, no sul da
Itália (Magna Grécia), c. 495 a.C.).
⁵ A ilha de Lesbos está
localizada a nordeste do mar Egeu, na costa da península anatoliana (Turquia
asiática), e a noroeste de Esmirna.
Se estiver interessado (a) a aceder
a mais informação sobre este tema leia:
Prezado João Seixas,
ResponderEliminarVenho agradecer-te a hospedagem da minha contribuição para a causa grega, que, no momento, está a exigir de nós, “filélines” de todas as raças e de todos os credos, um pouco mais de nosso tempo para preservar nossos valores ocidentais, originados em terras gregas, como sabes.
Ao mesmo tempo, cumprimento-te pelo seu artigo “Grécia – Um lamento. Onde está a verdade?”, que já estou a repassar a diversos amigos brasileiros que se interessam pelo tema.
Cordial abraço,
Francisco José dos Santos Braga
Gerente do Blog do Braga