Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Macau – Associação Somos! anuncia vencedores de concurso fotográfico sobre o Homem e o divino

Pela primeira vez na história da iniciativa da Somos – ACLP, o grande vencedor é um jovem oriundo de Moçambique, Marcos Júnior. De acordo com o presidente do júri, Gonçalo Lobo Pinheiro, esta sexta edição do “Somos Imagens da Lusofonia” foi a “mais memorável” e aquela que contou com o maior número de participantes na história do concurso fotográfico



Um fotógrafo moçambicano conquistou, pela primeira vez, o primeiro lugar do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”, da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP), naquela que foi a edição com mais participantes de sempre. Marcos Júnior obteve o primeiro lugar com uma imagem intitulada “Onde há fé, há luz que guia”, sendo o pódio de vencedores completado pelos fotógrafos portugueses Adelino Meireles, com “Saudades”, e João Carlos, autor de “Madonna da Sabedoria Descrição”.

A sexta edição do concurso era subordinada ao tema “O Homem e o Divino”, convidando a uma reflexão sobre as várias tradições religiosas e filosofias teístas existentes nos países de língua portuguesa. O jovem fotógrafo moçambicano Marcos Júnior arrecadou o primeiro prémio do concurso, no valor de dez mil patacas, com uma imagem intitulada “Onde há fé, há luz que guia”, retratando um sacerdote a abençoar um fiel numa igreja.

Em comunicado, a associação organizadora refere que este gesto ultrapassa um mero significado ritualista, construindo “uma ponte simbólica entre a humanidade e o divino” que “liga o terreno ao celestial”. As duas figuras, envoltas na “penumbra reverente da igreja”, contrastam com “uma luz que desponta ao fundo”, num jogo de luzes e sombras que remete à “procura incessante do ser humano pelo transcendente”. Para além do prémio numerário, o vencedor terá também direito a viagem e estadia em Macau para garantir a sua presença na cerimónia de inauguração da subsequente exposição fotográfica, a decorrer em final de Maio.

O segundo lugar foi atribuído ao português Adelino Meireles, com uma fotografia captada no Porto. Aptamente denominada de “Saudades”, a obra retrata um momento de prece da comunidade ucraniana numa das várias igrejas improvisadas na cidade portuguesa, onde habitualmente os fiéis se reúnem. “Ali, entre orações e tradições, encontram conforto e recriam o sentido de pertença, numa casa que agora é a sua”, interpreta a Somos – ACLP, que atribuiu à fotografia um prémio de sete mil patacas.

Encerrando o pódio, encontra-se a fotografia “Madonna da Sabedoria Descrição”, uma versão da iconografia clássica da Madonna e do Menino reimaginada pelo português João Carlos. A figura “simultaneamente contemporânea e intemporal” da mãe, retratada a ler enquanto amamenta, evoca “a tradição renascentista que une a educação ao cuidado” e faz uma leitura sobre “a dualidade entre o conhecimento e o instinto materno”. Os jurados recompensaram esta obra com um prémio de cinco mil patacas.

Além da nomeação dos três vencedores, o júri, composto por fotojornalistas a trabalhar em Macau, Portugal e Guiné-Bissau e presidido por Gonçalo Lobo Pinheiro, nomeou também um trio de menções honrosas. Os destaques foram para a brasileira Ana Cláudia Talieri, com um retrato de um homem seropositivo que redescobriu a fé (“Prece no relento”), o português Bruno Taveira, com uma fotografia de um compasso pascal em Trás-os-Montes (“Cruz nas mãos, Fé no coração”), e o concidadão Bruno Pedro, que concorreu com uma imagem de um idoso à porta de uma mesquita (“O Guardião do Tempo e da Tradição”).

A selecção dos vencedores foi dificultada pela “elevada qualidade” das mais de três centenas de fotografias submetidas a concurso – o maior número já registado ao longo das seis edições da iniciativa. “A escolha final dos vencedores, das menções honrosas e das fotografias que farão parte da exposição do concurso anual da Somos! não foi nada fácil”, reconhece o fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro. “Este ano, batemos todos os recordes de participação, com imagens vindas de diferentes cantos do mundo lusófono, revelando olhares diversos e narrativas visuais potentes. O nível das obras submetidas surpreendeu o júri, que enfrentou o difícil desafio de selecionar entre tantas propostas criativas e sensíveis”.

Embora o prémio máximo tenha sido atribuído ao moçambicano Marcos Júnior, cuja fotografia “capturou com força e poesia o espírito do tema proposto”, todos os participantes são parabenizados pelo presidente do júri “pela qualidade dos trabalhos enviados”, que contribuíram para tornar esta edição “a mais memorável até agora”.

As fotografias premiadas, bem como uma selecção de “cerca de quatro dezenas de outras” seleccionadas por critérios de pertinência e relevância ao tema “O Homem e o Divino”, irão integrar uma exposição a ocorrer em finais de Maio, no Parisian Macau, em data a definir. In “Ponto Final” - Macau


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