A conferência anual da Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande Baía teve lugar na Universidade Politécnica de Macau, para debater, entre outros temas, o papel da RAEM como canal de comunicação nas relações entre a China e o Brasil. O debate contou com a presença de mais de uma centena de professores e alunos
Sob o tema “Potencialização da Grande Baía: Inovação e Desenvolvimento no Comércio Sino-Brasileiro sob a Nova Rota da Seda”, a conferência anual da Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande Baía reuniu na Universidade Politécnica de Macau (UPM) mais de uma centena de professores e alunos, entre os quais especialistas e académicos de Guangdong, Hong Kong, Macau e Brasil. Segundo a UPM, o debate explorou as oportunidades geradas pelo desenvolvimento inovador do comércio China-Brasil, tendo em vista promover intercâmbios académicos da língua portuguesa na Grande Baía e impulsionar o novo padrão de cooperação e desenvolvimento de “Uma Faixa, Uma Rota”.
Vários oradores expuseram os seus pontos de vista, focados no papel estratégico, inovador e orientador das relações China-Brasil.
Marcus Im, reitor da UPM, disse durante o encontro que, com base na Grande Baía, aquela instituição de ensino desenvolve uma plataforma para a cooperação entre os dois países, em áreas como educação, ciências, tecnologias e cultura. Ao mesmo tempo, promove uma cooperação mais estreita no campo do ensino superior, “a fim de criar um novo padrão de cooperação vantajosa para ambas as partes e de prosperidade comum”.
Por sua vez, o vice-director Permanente da Escola de Educação Profissional e Contínua da Universidade de Hong Kong, apresentou a história do comércio entre a China e o Brasil e o papel de Macau na cooperação entre os dois países. Macau enquanto plataforma entre a China e os PLP “constituiu um canal de comunicação para o estabelecimento das relações China-Brasil e tornou-se uma das pontes de ligação”, disse Sonny Lo.
O representante da RAEHK discursou sobre o tema “Relações Bilaterais entre a China e o Brasil e o Papel de Macau”, afirmando que o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada “cria mais possibilidades de comércio para o Brasil”, assim como a cooperação em matéria de comércio, investimento e tecnologia na Grande Baía e em Hengqin “abre novas oportunidades para o desenvolvimento comercial entre a China e o Brasil”.
Já o reitor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong, Yan Xiangbin, salientou a vontade em explorar, em conjunto com os parceiros da Aliança, “novos caminhos para a cooperação na educação”, manifestando o interesse na formação de mais quadros qualificados para a promoção do intercâmbio entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP). Assim, sustentou, poderá ser criado “um novo futuro para o desenvolvimento comercial” e aberto “um novo capítulo da cooperação entre a China e os PLP, fortalecendo as relações entre a China e o Brasil”.
Enquanto isto, o director do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas do Brasil, apresentou na conferência da Aliança os resultados académicos e de investigação científica do Grupo de Estudos Brasil-China da Universidade Estadual de Campinas, do Centro Cass-Unicamp de Estudos sobre a China e do Instituto Confúcio. Célio Hiratuka revelou que a Universidade de Campinas está em processo de criação de um centro de estudos interdisciplinares Brasil-China, que integrará recursos académicos para a realização de pesquisas em cinco áreas, nomeadamente sociedade, cultura e línguas, economia, políticas públicas e relações internacionais, ciências, tecnologias e inovação, ambiente, transição energética e desenvolvimento sustentável e saúde e ciências da vida. Deste modo, a universidade brasileira pretende “contribuir para a promoção da cooperação diversificada entre os dois países”, expressou.
A Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande Baía foi criada em 2020 mediante a cooperação entre a UPM, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong e a Escola de Educação Profissional e Contínua da Universidade de Hong Kong. Tem como objectivo desenvolver o papel de Macau como plataforma entre a China e os PLP, reforçar o intercâmbio de professores e estudantes entre Guangdong, Hong Kong e Macau e, através da realização conjunta de seminários académicos, competições académicas, projectos de cooperação científica, entre outros, promover a integração, a inovação, a partilha e o desenvolvimento do ensino da língua portuguesa nas três regiões. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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