Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Brasil - É pioneiro na criação de currículo escolar sobre cultura oceânica

Com o apoio da Unesco, o país assinou documento para inserir estudos sobre o oceano em escolas da nação. O lançamento reforça o papel crucial da educação para a cidadania e integra preparativos para a COP30, que acontece em novembro, em Belém, no Pará



A educação sobre os oceanos passará a fazer parte do currículo escolar no Brasil. Um documento, assinado na quarta-feira, em Brasília, torna o país pioneiro na decisão, segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

A medida demonstra o compromisso brasileiro com o tema. O chamado currículo azul será integrado às escolas de todo o país e adaptado às realidades regionais e locais. Ao assinar o Protocolo de Intenções para que a cultura oceânica seja matéria escolar, o Brasil assume um protagonismo internacional no tema, segundo a agência da ONU.

Década do Oceano

A iniciativa está alinhada à recomendação da diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, para que todos os Estados-membros insiram, até este ano, a cultura oceânica nas escolas.

O objetivo é uma visão holística do oceano como regulador climático, fonte essencial de vida e catalisador de soluções sustentáveis. Com o oceano consegue-se erradicar a pobreza, promover saúde, cultura, economia, inovação tecnológica e a justiça ambiental.

O copresidente do grupo de especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti, disse que o currículo azul “nasce da escuta ativa e plural da sociedade brasileira”.

Já o professor da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, ressalta que esse passo dá “vida a um desejo coletivo de formar cidadãos que compreendam a importância do oceano para o Brasil e para a resiliência climática global de um país que sempre foi ligado ao mar.

COP30

Para a Unesco, a iniciativa coloca o Brasil na linha de frente da preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Alteração Climática, COP30, marcada para novembro, em Belém, no Pará.

O evento ocorre durante a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável 2021-2030.

A ação inédita é resultado da colaboração estratégica entre o Ministério da Educação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Unesco, universidades federais, administrações locais e redes escolares.

Outras iniciativas

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, explicou que o Ministério tem liderado ações estruturantes em cultura oceânica, como o fortalecimento do Programa Escola Azul, que já mobiliza mais de 100 mil estudantes em todas as regiões do país, a criação de clubes de ciência, a formação de jovens embaixadores do oceano, a expansão internacional da Olimpíada do Oceano, e a articulação de uma rede de universidades comprometidas com a formação de professores.

A encarregada sénior de Programas da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, Francesca Santoro, afirmou que “o Brasil é hoje uma referência global em educação oceânica, e que o currículo azul mostra que é possível transformar conhecimento científico em políticas públicas concretas, com a participação de educadores, estudantes e comunidades”.

Evento internacional

A cultura oceânica representa uma compreensão abrangente dos marres como elemento fundamental para o clima, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável global.

No Brasil, essa visão ganhou força e o grande marco inicial ocorreu em Santos, São Paulo, que aprovou a Lei Municipal nº 3.935, de 2021, estabelecendo a cultura oceânica como política pública educacional obrigatória em escolas municipais, desde a educação infantil até a de jovens e adultos.

Reconhecendo esse pioneirismo, a Unesco escolheu Santos para sediar um evento internacional sobre cultura oceânica, colocando o Brasil no mapa global dessa importante temática.

Desde então, o movimento ganhou escala nacional: hoje, mais de 100 mil alunos participam ativamente do programa Escola Azul, e 20 municípios e quatro estados brasileiros já integraram formalmente a cultura oceânica nos seus currículos escolares, adaptando conteúdos às diferentes realidades locais e regionais. ONU News – Nações Unidas


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