Fundada há 14 anos, a Araca Editores quer ver livros em português no mercado da Venezuela, estando disponível para colaborar nesse sentido com as autoridades portuguesas, disse uma dirigente da empresa à Lusa
“Araca
põe à disposição da representação diplomática de Portugal todos os seus
recursos, a nossa equipa editorial e de distribuição para que, em cooperação,
possamos materializar publicações em português ou bilingues [em português e
castelhano], que seriam de interesse para nós [venezuelanos] e também para a
comunidade portuguesa”, disse a gestora de edições.
Felgris
Araca falava na segunda-feira, à margem da 21.ª Feira Internacional do Livro da
Universidade de Carabobo, que durante cinco dias assinalou, com diversos atos
culturais, o quinto centenário do nascimento do poeta português Luís Vaz de
Camões, na cidade venezuelana de Valência, estado de Carabobo (170 quilómetros
a oeste de Caracas).
“Desde
há dois anos que tenho visto que as representações diplomáticas europeias,
nomeadamente a francesa, italiana e a alemã, mais ativas na vida cultural
venezuelana, mas percebo que Portugal é um pouco mais conservador e convido-os
a que sejam mais ativos, a que nos mostrem os benefícios do seu país, da sua
cultura”, disse.
Felgris
Araca explicou que, quando os venezuelanos pensam em aprender português, pensam
no Brasil, porque está mais perto.
“Eu,
por exemplo, estou a estudar português e descobri que o idioma que se fala no
Brasil é diferente do que falam em Portugal, em entonação, em cor, em modismos,
em música (…) seria interessante poder disponibilizar o arco-íris cultural luso
para poder conhecê-lo”, disse.
Felgris
Araca explicou ainda que procurou, sem sucesso, textos em idioma português nas
principais livrarias da capital, Caracas.
“Fiz
uma busca de textos para exercitar a minha leitura e a prática do idioma e não
consegui nada nas livrarias. Tive de comprar textos através da Internet, em
formato digital, quando prefiro ler em formato impresso”, explicou, precisando
que foi através da Internet que conseguiu encontrar “uma academia de português
brasileiro” há um ano.
Segundo
Rainer Sousa, coordenador do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua na
Venezuela, atualmente mais de 11 mil estudantes estão a aprender a língua
portuguesa em dezenas de instituições educativas venezuelanas e inclusive no
sistema educativo oficial local.
“De
sublinhar a aposta que o Camões faz no ensino do português aqui na Venezuela,
enviando todos os anos algumas toneladas de manuais que depois são distribuídos
pelas escolas ou instituições que adotaram o português tanto a nível curricular
como extracurricular. São manuais didáticos para jovens e dicionários que
oferecemos às escolas que depois põe à disposição dos estudantes”, disse. In “Sapo
Mag” – Portugal com “Lusa”
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