Num tempo em que se professava nas universidades «a opinião de que o tudo o que havia a dizer sobre o autor dos Lusíadas estava dito», Aquilino Ribeiro ousou dizer «não». Entre 1949 e 1950, o escritor publicou dois livros em que defendeu «a revisão a fundo e com meticulosidade» da história de Luís de Camões, chocando o «público ilustrado», ao afirmar que o poeta «não era aquilo que ensinavam na escola».
Alicerçando-se
na releitura atenta dos estudos de, entre outros, Teófilo Braga, José Maria
Rodrigues, Wilhem Storck e Hernâni Cidade, e em «três cartas particulares» de
Camões, Aquilino, primeiro em Camões, Camilo, Eça e Alguns mais e depois em
Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, contrariou a imagem de um poeta de
origem aristocrática que era veiculada pelo regime e apoiada por académicos de
Coimbra, e construiu um retrato real, de um «gentil homem pobre, mas
invejável», que gerou grande polémica. Um retrato que ainda perdura.
Passados
74 anos da publicação de Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, o mais
impetuoso dos dois estudos, e numa altura em que se comemoram os 500 anos do
nascimento do poeta, a Bertrand Editora lança uma nova edição do livro, que
celebra a vida e obra de Camões, e é prefaciada pelo jornalista António
Valdemar, que privou com Aquilino.
A
obra será apresentada pela Profª Dra. Vanda Anastácio, especialista em Camões,
e contará com a presença do Prof. Dr. Diogo Ramada Curto, diretor da BNP, onde
Aquilino trabalhou, de António Valdemar, que escreveu o prefácio a esta edição,
e de Eduardo Boavida, nosso Diretor Editorial, e de Aquilino Machado, em
representação da família do autor. In “Blog de São João del-Rei” - Brasil
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